terça-feira, 30 de junho de 2009

República das Bananas?


O termo República das Bananas é um termo pejorativo para um país, normalmente latino-americano, politicamente instável, submisso a um país rico e frequentemente com um governado corrompido e opressor. O termo foi cunhado por O. Henry, um humorista e cronista dos EUA. Originalmente, o termo referia-se às Honduras e foi apresentado no livro de contos curtos, Cabbages and Kings. Parece que as Honduras estão atrasados 35 anos em relação a nós! Mas viveremos nós numa democracia?
Uma democracia em que os mesmos dois partidos nos governam há 35 anos?
O Estrela da Amadora desceu. Já ontem era tarde.
Parece que já há candidato do PS à junta de Freguesia do Seixo. Será mesmo verdade que é o senhor Evangelista?

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Festa do Seixo 2009

Aqui está o cartaz (não sei se definitivo ao nível de patrocínos) da festa em Honra de Nossa Sehora do Carmo do Marco Soalheiro, Cabeças Verdes e Seixo de Mira. Duas conclusões a tirar: estes jovens não andam a dormir e em poucos dias já conseguiram um referencial da festa. A outra conclusão é que o EuroCompras parece ser o princípal patrocinador.
(Para ver o cartaz em condições, clique no botão direito do rato).
A festa terá a apresentação dum livro que tem como título qualquer coisa como um diário da navegação de um barco (onde se apontam as condições geográficas e atmosféricas que se atravessam) e cultura da Gândara de Gabriel da Frada. Uma garraiada, uma procissão nocturna, folclore, mostra medieval, futebol e noites de baile.
Para a noite em que está definido a actuação de um DJ, tenho uma idéia. Porque não, em vez de gastar dinheiro com alguém, chamar por exemplo 10 (ou menos) seixenses que passem música durante meia hora cada um? Assim estava assegurado a diversidade musical e as pessoas teriam curiosidade em ouvir que tipo de música cada um passaria. Também poderiam usar 2 ou 3 djs do Seixo a seguir a cada baile. É que todos os anos ouve-se o mesmo estilo de música que só alguns estão autorizados a passar (lá está, só uns é que mandam). A pluralidade cultural e musical fica sempre bem. Aqui fica uma daquelas músicas que não odeio, mas só na festa do Seixo tive oportunidade de ouvir e de re-ouvir há uns 4 anos.


Teorias Gexuais




As Putas.
O que se pode falar acerca de prostitutas? Há quem diga que são a profissão mais velha do mundo. E há quem diga que não, porque para dar dinheiro em troca a uma prostituta, é porque já existiria dinheiro, e esse dinheiro era proveniente dum trabalho, logo duma profissão anterior. Mas para recorrer aos serviços sexuais duma mulher nem sempre é necessário dinheiro, logo o putedo antigo não era pago em dinheiro mas noutras modalidades. Isso agora não interessa, é um emprego antigo que ainda hoje existe. Mas existe porquê? Por 4 razões: devido à pirâmide de Maslow, devido à OMS, à droga nas mulheres e ao facto das mulheres se terem apercebido que se derem o pipi quando lhes apetece podem fazer dinheiro com isso.

O que diz a pirâmide de Abraham Maslow? Diz que existem 5 níveis de necessidades humanas que respeitam uma hierarquia. As necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. As primeiras necessidades a terem que ser satisfeitas estão no patamar da fisologia e são o sono, a fome, a sede, o sexo, a excreção, o abrigo. Ora se necessitamos tanto de sexo como de fazer pupu, então até os padres têm direito a alguma coisa.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a sexualidade como um aspecto fundamental na qualidade de vida de qualquer ser humano. Essa dimensão é fundamental em tudo o que somos, sentimos e fazemos. Diz ainda que a saúde sexual é uma condição necessária para o bem-estar físico, psíquico e sócio-cultural. Entre algumas idéias defendidas pela OMS destaco : o direito à privacidade sexual, às decisões individuais e aos comportamentos sobre intimidade, desde que não interfiram nos direitos sexuais dos outros; o direito ao prazer sexual, incluindo o auto-erotismo. O prazer sexual é uma fonte de bem estar físico, psicológico, intelectual e espiritual;
(cont)

sexta-feira, 26 de junho de 2009

A Escola Primária de há uns anos

A escola primária de há 20 anos não é igual à actual. Não tinha cantinas nem almoço para as criancinhas não terem de ir a casa ao meio-dia. Não havia Magalhães. Quer dizer, falava-se de Magalhães, mas era o navegador transmontano que trabalhou pelos espanhóis. A escola primária hoje em dia chama-se 1º ciclo do ensino básico.

Há quem defenda que a escola apenas reproduz as desigualdades e reflecte aquilo que se passa fora das suas 4 paredes, e que não obedece ao conceito de meritocracia. Foi na escola primária que comecei a assistir às primeiras injustiças. Fala-se de violência hoje nas escolas, mencionando várias causas, mas esquecem-se que até cerca de 20 anos atrás os professores exerciam violência física e psicológica dura sobre os alunos, na escola primária e não só! Os filhos desses alunos que têm hoje entre 6 e 18 anos têm pais que levaram muito nas trombas, dos professores. É óbvio que acabam por passar uma má imagem da escola aos filhos. Os filhos podem criar idéias de ressentimento perante os professores ("vocês batiam nos meus pais mas agora não vai ser assim"). Isso aliado à perda de poder e estatuto dos professores hoje em dia e devido a outros factores que não interessam para aqui provocam violência nas escolas.

Frequentei a escola Primaria Seixo 2, que é nas Cabeças Verdes, na Baleira Texas. Hoje ainda funciona. Tinha abrunheiros que davam fruto (ameixas, para os citadinos) lá para Junho. O areal era enorme e o espaço para brincar era muito! Travaram-se grandes jogos da bola naquela areia. Trouxe muita dela para minha casa dentro dos sapatos. Quando a bola ia para a casa do Helder Seabra (Russo) e do Carlos Miguel (saudade) estava tudo bem, mas quando ia para casa do Ti Maurício estávamos lixados. Na primária, normalmente só se tinha um professor durante os 4 anos se não se chumbasse em nenhum. A minha professora não era má de todo comparado ao que eu ouvia dizer nas outras classes (turmas). Batia-se nos alunos principalmente por não saber (errar nas respostas, não conseguir fazer), por falta de respeito, por não fazer os trabalhos de casa. Não esquecer que pior do que a dor física de apanhar, era a dor psicológica por ser à frente de todos. Mas os critérios de bater eram ambíguos e não lineares. Dependiam da qualidade do emprego dos pais dos alunos, do estatuto social destes, se eram das Cabeças Verdes ou do Seixo, se os pais ofereciam uma "prendazinha" pelo Natal e fim de ano ao professor. Os professores eram mais compreensivos para uns do que para outros, mais carinhosos para uns do que outros. Se os pais mostrassem menos interesse na monotarização do trabalho dos profs, estes sentiam-se mais à vontade de arrear nos putos. Uns eram burros como portas (este conceito para mim não existe) mas quase nunca apanhavam, outros mal se equivocavam, caía logo uma lambada nos queixos.

A esclarecer : não existem BURROS!!!!! Os putos ou têm graves problemas para a aprender, e aí sofrem de alguma deficiência e devem ser encaminhados para o ensino Especial, ou apresentam dificuldades de aprendizagem com possibilidades de minimizar (dislexia, discalculia, disortografia), um bom professor (bem formado) ajuda a ultrapassar estes problemas, ou então o aluno tem problemas em casa (engloba muita coisa), ou vê e ouve mal. Ou seja, todos menos os deficientes conseguem aprender todos os conteúdos mais ou menos à mesma velocidade. A inteligência mede-se por vários padrões, uns decoram bem a tabuada, outros resolvem problemas novos facilmente. A única coisa que justificaria uma séria repreensão por parte dos profs seria o não fazer os trabalhos de casa, mas até aí seria preciso compreender bem a razão. Resumindo, na escola Primária já havia muito tráfico de influência, discriminação, violência psicológica. Os critérios para passar de ano às vezes eram estranhos, havia pessoal que não sabia nada e passava, outros que na dúvida chumbavam logo. Uns eram mais que outros, uns eram beneficiados, outros eram alvos fáceis. Para desculpa existe só o facto de na sequência do Estado Novo de Salazar, devido à baixa escolarização, não havia profs suficientes, tendo-se assim recrutado pessoal pouco qualificado tipo ad hoc para exercerem a profissão, e de terem pouca formação ao nível da pedagogia.

Estarão a pensar que apanhei muito na escola e estou ressentido! Errado! Só fui para as Cabeças Verdes a meio da 2ª classe, deparei-me com discriminação a certos filhos de emigrantes, e apesar da mudança de língua correu bem até ao fim. Ajudei a mostrar que podia haver meritocracia. Os meu pais deram poucas prendas, a Professora puxou-me uma vez as orelhas porque na hora de ir beber o leite, desatei a correr como se fosse para a fila duma organização da luta contra a fome (falta de respeito)! De resto acho que apanhei uma lambadita. Mas vi muita injustiça! Apanhar por não saber? Tenham paciência! E o prof, apanhava por não saber ensinar? Agradecimentos? Talvez os faça, a minha prof ensinava bem, mas tenho que agradecer é à minha mãe e à escola pré-primária que me ensinaram a ler e contar bem antes de entrar na Baleira. Homenagens? Não, obrigado. Mas a Primária também era boa, confirme neste vídeo:

Medina Carreira

Medina Carreira acabou de dar mais uma entrevista na Sic Notícias. Desta vez apresentou um programa, apresentou idéias para além de ter diagnosticado mais uma vez a enfermidade do país. Aqui fica uma das suas últimas intervenções, sérias, na RTP.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Cidadania e Política- O voto: um dever ou um direito?




Segundo um estudo conduzido pela Equipa de Missão para a Organização e funcionamento da administração do Estado, 2001, sobre a imagem dos serviços públicos em Portugal, a Assembleia da República e os partidos políticos estão nos 2 últimos lugares em perante a população.

Dever versus direito
A grande maioria dos países em que é obrigatório votar por lei fazem parte do 3º mundo: Perú, Paraguai, Chile, Moçambique, Venezuela, Uruguai, México, Angola, Filipinas, Costa Rica, Honduras, Grécia, Argentina , Austrália, Itália, Bélgica, Brasil.

Na Grécia o voto é obrigatório sob pena de multa e retirada de passaporte .

No Brasil, dos 18 aos 70 anos, se não votar durante 3 vezes seguidas, não pode matricular-se numa universidade pública, concorrer a cargos públicos nem requerer uma cédula de identidade.Em países como os EUA, Áustria, Suécia, Alemanha, Japão, Espanha, Holanda, Cabo Verde, Argélia, França, Portugal, Reino Unido o voto é um direito e não uma obrigação.

É um paradoxo punir alguém que simplesmente se recusou a exercer um direito.
Num país onde não se é obrigado a votar, as campanhas devem ter um apelo maior por causa do baixo comparecimento perante as urnas.Num país onde o voto é obrigatório só se tem que convencer os eleitores a votarem neles, a saída de casa já está assegurada. (Cont)

Cidadania e Política- O voto: um dever ou um direito?


As razões para abstenção:
A inflexibilidade de só se votar na área de residência - Como é possível, com tantas tecnologias existentes, continuar-se a votar apenas na área de residência? Como é possível o sistema ser tão rígido? E no entanto em Leiria uma pessoa conseguiu votar 2 vezes. Um madeirense que viva no continente, ou tem que pagar a viagem para ir votar, ou muda o sítio onde vota e perde o direito aos descontos nos bilhetes de avião que os madeirenses têm. Uma pessoa que está no Algarve, e tenha que votar em Bragança tem um cabo dos trabalhos pela frente.
A diminuição do factor novidade e do entusiasmo em relação a 1975 (ano das primeiras eleições em Portugal) - As pessoas estavam oprimidas e sedentas de exercerem a sua cidadania, de poderem votar, mas com os anos o factor novidade foi perdendo importância dando lugar ao desinteresse.
Sentimento de descrença, desconfiança e descontentamento em relação ao sistema político - As pessoas com um menor ou maior grau de esclarecimento em relação ao funcionamento da máquina política do país, vão-se apercebendo que algo está mal. Que muitos autarcas são corruptos, que o Presidente da República tem pouco poder, que os Primeiros-Ministros assim que lhes surjam uma proposta melhor, põem-se a andar. Que passados 35 anos de democracia, o país poderia estar melhor. Isso contribui para abstenção.

O último relatório do PNUD “Aprofundar a democracia num mundo fragmentado” diz que nunca o mundo foi tão democrático. Mas ao mesmo tempo são poucos os que se sentem representados pela política. Mesmo onde existem instituições democráticas firmemente estabelecidas, os cidadãos sentem-se impotentes para influenciar as políticas nacionais. O PNUD é o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

Torneio Ultra-Seixo 98











Domingo 16 de Agosto, 19h - O jogo de consolação (3º e 4º lugares) já havia terminado. No dia anterior tinha sido o dia da festa do Seixo, o dia da padroeira. Tinha sido Sábado, feriado, deu para descansar, fazer o ciclo-paper, beber, confraternizar, descansar. Não era a final desejada. No entanto estava muita gente, por ser Domingo. Não iria ser um grande jogo em termos de qualidade, mas grande em termos de emoção.

Domingo 16 de Agosto, 19h 10m - Os Montanelas apresentam-se na sua 2ª final! No futuro iriam ter mais 8 finais! Vão jogar contra os primeiros vencedores do torneio, de 1996. Os Emigrantes Franceses têm um grande apoio de pessoas do Seixo trabalhadoras em França. O cinco inicial dos putos é o mesmo da meia final anterior e da final de 1997. Os Montanelas têm muitos apoiantes, gente que não se coloca em cima dum banco para falar para os outros, gente que por ser licenciada não se acha doutora, enfim, gente de classe, de elevação! Ao intervalo está 0-0. Os Emigrantes são muito fortes fisicamente e tal como os putos, não querem arriscar. Os Emigrantes são uma grande equipa. Chega-se ao fim do jogo num 0-0 que vai para prolongamento. A arbitragem na dúvida, nunca beneficia os putos (os avecs pela sua postura influenciam mais). No prolongamento os Montanelas chegam à vantagem, levando os seguidores ao rubro. No entanto, o melhor marcador do torneio, um francês de gema, iguala.

Mais de 20 horas da noite - O jogo vai para os penaltys, a primeira final decidida assim. O guarda-redes dos putos é preponderante e os miúdos sagram-se campeões. Estabelecem o record (ainda hoje) dos mais novos de sempre a ganhar o torneio. Estão felizes. As pessoas acreditam que a meritocracia é possível. Acreditam que a perseverança, o sentido crítico, as idéias próprias podem vencer. Acreditam que podem lutar por uma terra em que não existem narizes empinados, em que há igualdade de oportunidades para todos, em que ninguém é mais que ninguém. Em que ninguém se acha dono do Seixo e em que o Seixo é de todos. Em que não há segregação por pseudo-estatutos. Em que não há marginalizações sumárias de ninguém. Em que ninguém se acha colonizador de ninguém.

Foi o início duma era que não acabou, que ainda dói a muitos velhos do Restelo, mas poderá continuar.
Montanelas, més que un club, una cuestión social! Hasta la victória, siempre!
Agradecimentos ao Rui Silva, a todos os membros da equipa de 1998, a todos os simpatizantes e a todos aqueles que lutam contra as desigualdades sociais não fundamentadas! Muitos miúdos não sabiam a verdadeira história, para construir o futuro, é necessário reconhecer o passado.

Torneio Ultra-Seixo 98




Quinta-Feira 13 de Agosto, madrugada, 1998- Está-se em plena festa do Seixo. O baile foi bom, bebeu-se uns finos, desafiou-se umas meninas para dançar mas amanhã é dia de trabalho e dia da grande meia-final contra o 1º classificado. São putos e dão importância a tudo isso. Findo o baile, os Montanelas debatem idéias. São mais de 2 da manhã. O adversário já dorme. O núcleo duro expõe a questão: que táctica para amanhã? Os adversários têm-se como as únicas mentes abençoadas pela inteligência futebolística, consideram no entanto, que existe outra equipa bafejada por esse dom (uma equipa da outra meia final), mas o resto é paisagem! Como os contrariar? Com inteligência! Que conclusão tão simples! Ainda bem que Deus a distribuiu aleatoriamente e deu a oportuniddae de cada um ter a possibilidade de a potencializar com trabalho, trabalho, treino, esforço, sacrifício! Está a táctica acertada, estão confiantes, são os Montanelas, lutam por uma mudança social, e vão conseguir ganhar o que está!!

Sexta-Feira 14 de Agosto - Já se jogou a outra meia-final entre dois antigos campeões do torneio, os Emigrantes Franceses levaram a melhor e são os primeiros finalistas apurados.

Sexta-Feira 14 de Agosto, 18h 50m - Os Montanelas começam a chegar dos seus respectivos trabalhos. Uns vêm de bicicleta, outros de motorizada, apresentam-se cansados, mas são putos, estão na idade da invulnerabilidade, já passaram por acusações cobardes, mas sentem-se capazes de mudar o mundo, a união deles é fortíssima, parece uma rocha de granito, com 18 anos apenas, sabem ao que vão! A outra equipa chega das suas tranquilas férias. Começam a aquecer.
Sexta-Feira 14 de Agosto, 19 horas - Há muita gente no complexo do Fojo. Muitos apoiam os Montanelas mas ainda de forma tímida. Precisavam de uma prova da sua grandeza! Rui Silva já indicou o cinco inicial e a maneira de abordar o jogo. Além disso todos os membros da equipa sabiam o que se tinha falado na noite anterior. Começa o jogo: os Velhos entram deliberadamente em contenção à espera da burrice do erro adversário. Acham isso suficiente e que mais minuto menos minuto o golo em contra-ataque aparecerá. Contribuição para a beleza do torneio? Zero! Montanelas entram com outro paradigma, com a flexibilidade de um camaleão (mudaram a atitude), ou seja, com um guarda-redes atento e com sentido de liderança, 2 defesas estáticos, fortes, atléticos, duros de roer (impossível passar por eles, apenas isso, impossível). Um jogador à frente deles a varrer defensivamente e com liberdade de pegar na bola e fazer o que lhe apetecer (distribuindo terror), e um avançado alto, felino, com classe, capaz de incomodar e de "enfiá-la" lá para dentro assim que surja a primeira oportunidade! (Eram a única equipa a jogar em 2-1-1, as outras jogavam em losango) Iniciativa de ataque? Zero! Contribuição para o espectáculo? Zero! Recomendado apenas a fans de Trapatonnis, Capellos, Lippis e Herreras. A burrice não chega a aparecer e vem o intervalo.

Sexta-Feira 14 de Agosto, 19h 20m - O intervalo chega e está 0-0. Uma seca para quem gosta de golos. Começa a segunda parte, os Velhos não sabem que hão-de fazer, estão perturbados e manietados, não estavam à espera de um adversário que jogasse defensivo, ainda por cima com mais qualidade técnica e mais disponibilidade física. Não era possível haver outros "inteligentes"! Porque é que o raio dos putos não se lançavam tipo tolos, ao ataque? Não eram eles uns doidinhos quaisquer? Não tinham sido os 4º classificados? Falta menos de metade para o fim, num contra-ataque (quem diria) um puto dos Montanelas marca! 1-0! Daí até ao final os Montanelas parecem autocarros à frente da baliza a defender. Há quem morra com o próprio veneno. Já antes do Mourinho, havia pessoas que faziam com que equipas que mudassem o chip. Fim do jogo, os putos estão na final.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Torneio Ultra-Seixo 98


As 6 equipas eram Café Aveiro, os Velhos, AC Melão, Montanelas, Emigrantes Franceses, Emigrantes Canadianos. Apenas os Emigrantes Canadianos não eram favoritos. Numa primeira fase todos jogaram contra todos numa volta. Só passavam às meias finais os 4 melhores.

Os Montanelas eram uma equipa de gente muito nova, que andavam na escola secundária e no Verão trabalhavam nos mais diversos empregos. Aproveitavam as férias escolares para ganhar mais algum, para não pedirem dinheiro aos pais nas férias, não eram fidalgos. Era o tempo em que as fiscalizações laborais ainda não eram rigorosas. Quase nenhum já frequenteva os escuteiros nem eram alinhados com certos movimentos para adquirirem estatuto social (talvez fosse uma razão de marginilização). Eram apenas humildes mas assertivos, modestos mas ambiciosos, e lutavam pela meritocracia. Acabaram por ser bandeira de lutas de desigualdades sociais (parolas) enraizadas desde o feudalismo, baseadas em árvores genealógicas e pseudo-avaliadores de QI. Subversivos até ao fim. O treinador era o Rui Silva. Um senhor trintão que percebia de bola e que não tinha o rei na barriga. Foi um bom timoneiro, sabia transmitir confiança.

Domingo dia 9 de Agosto - Os Montanelas estreiam-se no torneio com uma grande derrota, 4-2 contra os Velhos. Inocentes, inexperientes, deixam-se levar pelas emoções e passam o jogo todo ao ataque. Os Velhos, remetem-se inteligentemente à defesa, e aproveitando o balanceamento do adversário por 4 vezes lhes marcam. Os Montanelas descem à terra, começam a aperceber-se que são os únicos a jogar para o espectáculo, para o entretenimento (sentem-se sós na sua luta). A equipa adversária aumenta o seu ego nada pequeno. Ninguém é mais inteligente que eles.
Nos outros jogos os Montanelas ganham aos Emigrantes Canadianos, e ganham por 2-1 ao Café Aveiro já no fim. Perdem com o AC Melão por 3-2 num daqueles jogos que só alguns sabem explicar. Vencem os Emigrantes Franceses por 4-2 depois de estarem a perder por 2-0 ao intervalo. Foi uma Segunda parte de classe mundial, de puro ataque (quem viu nunca se esquecerá).

Quinta-Feira 13 de Agosto de 1998 - Na última jornada, os velhos alcançam a 5ª vitória em 5 jogos. Ficam em primeiro lugar no grupo. Foi famosa, a frase de um deles: "Está mais que visto que não há aqui nenhuma equipa que nos ganhe!" Era o sobranceirismo ao rubro. Os Montanelas acabam a primeira fase em 4º lugar, último lugar que dava acesso às meias finais, divertiram a assistência mas qualificaram-se mesmo "à rasca". Por isso teriam que jogar contra o 1º classificado! As outras equipas que passaram foram os Emigrantes Franceses e Ac Milão. As meias finais seriam Velhos-Montanelas (1º classificado contra o 4º) e Emigrantes frances-AC Melão (2º contra 3º). (cont)

Torneio Ultra-Seixo 98


Era Agosto de 1998. A França tinha-se sagrado campeã do mundo de futebol, numa final estranha contra o Brasil. As músicas mais ouvidas nesse Verão eram Xutos & Pontapés - Para Sempre; Ricky Martin - Allez, Allez, Allez!; Maddonna - Frozen e Daniela Mercury. Faltavam poucos meses para The Gift - Ok! Do You Want Something Simple?; Silence 4 e Britney Spears lançarem os seus albúns de grande sucesso. Os avecs cantarolavam o "I wil survive"!

Frank Sinatra tinha morrido nesse ano. A ponte Vasco da Gama tinha sido inaugurada em Abril. A expo 98 estava ao rubro, ainda era o tempo das vacas gordas. A voz de ordem era : endividem-se! António Guterres era o 1º Ministro e Jorge Sampaio era o Presidente. Uma parelha PS. Bill Clinton era o presidente do mundo. O FC do Porto era campeão e levou a Taça, o Real Madrid havia ganho a liga dos campeões!

Era o III torneio Ultra-Seixo. Nas duas primeiras edições os campeões tinham sido os Emigrantes Franceses e uma equipa com o nome de AC Melão ou Blocomir, tanto faz. Os Montanelas já haviam conseguido um 4º lugar e um honroso 2º lugar. Em 1997 já eram a melhor equipa (só no primeiro ano não o eram), mas não foi suficiente para ganhar a final. O campo ainda era demasiado inclinado para a qualidade da equipa. Foi aí que surge a frase: "os Montanelas, para ganharem o torneio, terão que ser pelo menos melhores a dobrar que os adversários", para conseguir ultrapassar os outros obstáculos mais escuros, como o tráfico de influência com a arbitragem. O torneio era feito para 2 determinadas equipas irem à final. 13 anos depois, esse objectivo nunca foi atingido!

Era 1998 e a média de idades dos Montanelas era de 18 anos. Estava na hora de ganhar aquilo. O torneio teve só 6 equipas (a fantástica organização não deixou mais partcipantes). Era o elitismo puro. O Seixo é de todos mas só uns é que podem participar. Obviamente que os Montanelas não podiam ficar de fora! Não eram da pseudo-elite, mas carregavam uma força imensa de gentes das Cabeças Verdes e gente sem peneiras do Seixo. Além disso tinham ido à final no ano anterior. Para mais, quando os putos (Montanelas) jogavam era quando a afluência ao Fojo era maior! Não que fosse para os apoiar ou icentivar (os Montanelas nunca tiveram mais de 40% de torcedores num jogo) mas porque a malta gostava de os ver jogar. Porque jogavam sempre ao ataque. A idéia da organização era: inscrevam muitos por equipa para todos poderem participar, mas na prática era impossível jogarem todos os 15 elementos duma equipa. Por isso os Montanelas não increviam mais de 10. (cont)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Pescanova em Mira




Foi em Setembro de 2006 que no post do blog http://mirices.blogspot.com/2006/09/pescanova-vem-at-mira-300-postos-de.html se anunciou que o executivo camarário de Mira tinha aprovado no dia anteior, por unanimidade, a aceitação do projecto da multinacional espanhola Pescanova, que queria criar neste concelho uma unidade de aquicultura que poderia garantir 350 postos de trabalho. Quase 3 anos depois foi inaugurado o empreendimento, já a funcionar a 100 por cento. Para a cerimónia foram garantidas as presenças das mais altas individualidades quer de Portugal quer de Espanha e mesmo do Parlamento Europeu, como o Comissário Europeu das pescas, Joe Borg, que trará consigo uma comitiva ligada ao sector. Também o primeiro-ministro José Sócrates tem garantida a sua presença, como o director-geral do grupo espanhol, Manuel Fernandez Faro, e ainda o responsável máximo do grupo em Portugal, Carlos Henriques. Muito bem, foi em tempo record.

Os espanhóis quiseram, a Pescanova pensou (também entrou com dinheiro) e o Estado (o estado sou eu e tu, pá!) entrou com ele forte também, a câmara cedeu o terreno e a obra nasceu.

A Pescanova fez um de investimento de 140 milhões de euros que deverá criar 800 postos de trabalho, dos quais 200 são directo. Nunca explicam como serão os 600 indirectos mas supõe-se que serão os restaurantes para dar comer à malta, os sítios para dormir, e outras coisas, como engenheiros, biólogos, arquitectos, electricistas, mecânicos, guardas, vigilantes, administrativos, assistentes sociais, condutores e pessoal não qualificado porque como o dinheiro gera dinheiro, o emprego gera emprego.

Segundo Manuel Sousa-Faro, presidente do grupo Pescanova, é a "maior unidade de aquacultura de pregado do mundo", está dotado de um viveiro, uma fábrica de transformação e uma unidade de comercialização. Vai produzir cerca de 7.000 toneladas de pregado por ano, 99% destinadas ao mercado comunitário e à exportação para países terceiros.
A nova unidade da Acuinova, empresa do grupo Pescanova, foi reconhecida como de potencial interesse nacional (PIN) em 2005. A sua localização numa área da Rede Natura 2000, foi contestada pela Quercus, que não conseguiu impedir judicialmente o empreendimento. O ministro da Agricultura, Jaime Silva aludiu à polémica, afirmando que "por isso foram tomadas precauções". Vamos confiar nas precauções, digo eu!

Vamos lá ver mais ou menos o que é que o Estado dá:
"O Governo conseguiu ganhar a "corrida" a países como a Grécia e Marrocos e garantir um investimento de 200 milhões de euros. Em troca garantiu à Pescanova um pacote de apoios que ronda os 45 milhões de euros, 40 dos quais oriundos de subsídios directos dos ministérios da Economia e da Agricultura, e cinco milhões provenientes de créditos fiscais." in Jornal de Notícias.

Nada pouco, basicamente o Estado tem que baixar um bocadito as calças para eles montarem cá o "estaminé". Esperemos que não seja a próxima Qimonda! Esperemos que daqui a 15 anos (quando já não for lucrativo e o estado não consiga injectar mais e tenham uma proposta melhor na Nicarágua) não vão embora e deixem cá 1000 pessoas a receber subsídio de desemprego.

Com as nossas "piquenas" e médias empresas asfixiadas em carga fiscal, nada melhor que ajudar as empresas estrangeiras!

Viva a Qimonda de há uns meses quando o Sócrates foi lá dizer que aquilo era um exemplo (meses depois é o que se viu). Hip hip hurra!!!

Loucuras dum semi-estudante




23 horas para o exame - É Domingo à tarde, ainda falta um dia e está-se cansado. Calma! Dormir a sesta. Anda tudo aflito por causa do exame, mas é preciso evitar apanhar cabelos brancos.

14 horas para o exame - Domingo à noite, já se jantou, já se mediu o tamanho dos apontamentos e já se chegou à conclusão que falta um texto importantíssimo para fazer a merda do exame. Sem esse texto, só é possível fazer exame para 10 acertando tudo. Mas já é tarde, vê-se uma televisão. Quem está acostumado a deitar-se no mínimo às 3h da manhã, toda a semana menos ao Domingo, não é fácil adormecer antes dessa hora. Começa a doer um dente, analgésico "prós queixos" para adormecer melhor.

7 horas antes do exame - São mesmo 7h da manhã de Segunda-Feira o sono é muito, a procrastinação, o cansaço e a inércia foram muitos. Ou sim ou sopas! São horas de ver o que é que trata para ir a exame. Vê-se o tamanho das fotocópias: parece possível ler tudo apenas uma vez.

3 horas antes do exame - São 11 da manhã, horas de comer um iogurte e beber um copo de leite. Ponto da situação: É possível ir ao exame. Vale a pena tentar. Ao menos vê-se como é o exame, para tentar fazer na época de recurso.

2 horas antes do exame - É meio dia, se calhar é melhor almoçar nas cantinas que é barato. Ao menos forrar o estômago. Escalopes de porco e duas formitas de arroz. Ninguém é filho dum ministro.

1 hora antes - Chegada à faculdade. Alguns colegas estão a descomprimir, a conversar. Apanha-se a conversa que o roxo é cor de lésbicas. Falta um texto para ler mas aborda-se a situação: "Etelvina, tens o texto das validades e fidelidades duma investigação qualitativa?"
"Tenho João, mas tu ainda pensas ir ao exame a esta hora?"-"Vou! Leio isso em 40 minutos"- "Olha que demoras muito tempo, tenho aqui um resumo"-"Não, prefiro o texto original."-"Ah, toma lá perguntas possíveis de sair no exame que a professora deixou, e boa sorte." (As colegas não acreditam que seja possível ir a exame sem ainda ter lido aquele texto).

13 minutos depois do exame começar - Está o texto lido mas não re-lido. Entra-se na sala, já lá estão quase todos, são alguns 50 é a disciplina comum a toda a turma, vai-se para o fundo da sala. Stressado? Nervosismo é quando se lida com casos sérios. O exame tem 8 perguntas, se calhar não é assim nenhum bicho.

2h e 40m depois do exame começar - Fim do exame, positiva é pela certa, e se não for é de certeza na época de recurso, está-se confiante mas é melhor ficar-se calado por respeito a quem estudou a sério. Daqui a pouco são horas de ir trabalhar, é Segunda-Feira à noite e a vida não pára. Tenta-se no entanto dormir um pouco até às 21 horas.

7 dias depois do exame - Já são quase 2h da manhã, está a acabar o trabalho, recebe-se a notícia por mensagem de telemóvel que se teve 15 valores. Talvez novo record na razão tempo de estudo/qualidade da nota. A 14ª melhor nota em 48 alunos. Significa que 33 pessoas tiveram nota menor. Acaba-se o trabalho, bebe-se um fino, a Praça está vazia, está tudo em exames. Mas há quem tenha outras vidas... Está na hora de ir para a cama.
São com comentários aqui ao lado anonimamente assinados por "Oh!" que me deixam infelizmente mais sobranceiro e capaz de pisar insectos.

Loucuras dum semi-estudante


Nota prévia: o aluno nunca se sentou na fila da frente nas aulas. A professora sabe o nome do aluno mas porque sabe o nome dos outros 47. O aluno nunca falou com a professora fora das aulas. O aluno foi a mais de 60% das aulas mas nunca engraxou a professora. Faltou-se à ultima aula do ano em que a prof explicou como ia ser o exame tim tim por tim tim. Por favor, não tentem fazer isto em vossa casa.

68 horas para o exame de Metodologia de Investigação Científica - Sexta-Feira dia 12 de Junho de 2009. Há exame de MIC na Segunda-Feira dia 15, é o 1º da temporada às 14 horas. Vai-se entrar em fim de semana (as fotocopiadoras só estão abertas à semana) e convém ver o que é que se trata ao nível de material que é necessário para estudar e fotocopiar. Telefona-se a uma colega de curso a ver o que dá. Ela diz que tem apontamentos. Responde-se que se prefere textos do que apontamentos pessoais que são sempre subjectivos e confusos. Ela lança ultimato: se queres, queres, se não vai dar uma volta. Vai-se à rua General Humberto Delgado ao café General, lá está ela, pega-se nas fotocópias, diz-se que se entrega ainda na Sexta-Feira à noite.

67 horas para o exame - Telefona-se para um colega a perguntar se a professora deixou alguma coisa na reprografia da faculdade. Ele responde que ela deixou 2 textos importantes para ler, e refere os nomes dos textos. Não se conseguiu decorar ao certo os nomes. Vai-se à faculdade, cruza-se com uma menina (que irá ter 16) que diz quais são os textos e deseja bom fim-de-semana e bom estudo. Entra-se na faculdade e vai-se à reprografia. Está cheia e fecha às 19h 30m. Tenham paciência, há-de haver alguém que tenha os textos, portanto vira-se costas. Tira-se fotocópias da miúda anterior, noutro sítio. Está calor, mas deu para ir à praia até às 18 horas. Vai-se trabalhar (há pessoas que têm mais que fazer) às 20 horas. Já todos os colegas iniciaram o estudo.

59 horas para o exame - Sexta-Feira à noite. Fim do trabalho. São 3h da manhã. Não apetece ir agora devolver as fotocópias à outra menina, espera-se que ela não se importe. Vai-se beber um martini rosato num bar até às 4 para espairecer. A seguir, cama.

47 horas para o exame - Sábado à tarde. Está calor, vai-se à praia. O tempo encobre, estraga o dia e o estudo, vai-se trabalhar (há pessoas que têm vida). Antes de ir trabalhar, entrega-se os tais apontamentos originais à 1ª menina.

35 horas para o exame - É Sábado à noite. Fim do trabalho. A esplanada esteve à pinha. É necessário fazer aos 3 trocos ao mesmo tempo de cada vez. Ninguém cobra na hora. Não há tempo. O que interessa é facturar muito em pouco tempo e decorar o consumo de 70 pessoas. Quem quer saber de exames a esta hora? Cama.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

As 7 maravilhas do Seixo





































Como isto está na moda (e eu ando sempre na moda, com 3 anos de atraso, mas ando), como tenho ligações ao curso de História de Arte, como tirei esta idéia do blog de malta de Pereira de Campo http://montesdecima.blogspot.com/, freguesia do concelho de Montemor-o-Velho (já tinha dito que às vezes não é tudo idéia minha), e como arranjei 24 minutos de tempo livre, lembrei-me de fazer isto. Colocar em sondagem vários edifícios, construções, locais, monumentos ou até pessoas para se definir as 7 maravilhas do Seixo de Mira. Não é que o Seixo seja o top em termos de arquitectura e alvo de objecto de estudo de licenciados em história de arte, mas tem lá qualquer coisa. E tinha mais se não tivessem destruído a Igreja Velha, mas há gente da pseudo-elite que achou melhor. Vamos ver se é possível colocar todas na sondagem ao lado sem esquecer nada. Não vou esquecer a Praia do Seixo que podia ser da Freguesia do Seixo se se tivessem tratado as situações convenientemente. Duvido que eles (a Barra de Mira) tenham prazer em estar atrelados à junta da Praia de Mira. Ah, por falar de moda, antes dum exame ouvi duas miúdas a dizer uma para a outra: "Sabes que o roxo é cor das lésbicas!"
Eu que pensava que andava na moda vou ter que colocar de parte a minha camisola roxinha que comprei no Continente por 6 euros (não sou nenhum fidalgo).

Cidadania e Política- O voto: um dever ou um direito?




As razões da abstenção:

A iliteracia política- Numa sociedade, num povo em que não há um mínimo de conhecimentos, de saberes acerca do funcionamento das nossas instituições políticas, não é possível votar em discernimento e em consciência. Claro que a Educação do Estado Novo que era rudimentar, tem influências ainda hoje. Mas já há um sistema de ensino democrático implementado há 35 anos que pelos vistos é insuficiente. E cada vez pior, esta gente que está a sair com o 12º ano são uns semi-analfabetos. É um crime o que se está a fazer à Educação em Portugal. Se as pessoas não são educadas convenientemente, como hão-de ter esclarecimento para exercer o voto.

Calendarização das eleições em datas pouco convenientes e desajustadas- Reparem nestas eleições europeias. Por acaso deu um dia de pouco calor e com nuvens. Imaginem se tinha dado (foi em Junho) um dia de praia? Era mais uma razão para as pessoas irem passear em família e esquecer o poço em que está enfiado o país. E esta altura é de exames, muitos jovens têm mais que fazer do que ir votar. Ah, e 3 datas de leições num ano é obra, qual é a probabilidade da mesma pessoa conseguir estar no mesmo local em 3 Domingos diferentes?

Sobranceria dos políticos para com os eleitores- A arrogância dos políticos. O aproveitamento das nossas lacunas de conhecimentos por parte deles. Reparem que o tratado de Lisboa não foi submetido a referendo, não lhes interessa porque consideram que não temos capacidade de compreender a natureza do tratado. Mas também não nos explicam. Reparem, não querem calendarizar as eleições autárquicas e legislativas no mesmo dia porque partem do princípio que somos atrasados mentais e que vamos misturar tudo na nossa cabeça. E também porque têm que dar dinheiro a ganhar a todos os correligionários que organizam as eleições. Na Inglaterra, 3 dias antes das nossas eleições eles fizeram no mesmo dia sufrágio para as autárquicas e para as europeias., depois não hão-de ser mais inteligentes?

Deficiente capacidade de clareza no discurso político- Se os políticos não se sabem expressar, se não sabem o que andam a fazer, como podemos saber nós? Nesta camapanha das Europeias quase ninguém falou acerca de assuntos europeus. Só se falou de política nacional. E no fim "caldearam" os resultados com resultados de legislativas. Eles explicaram mesmo, para quê é que serve um deputado europeu?

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Novos Blogs





Vou publicitar dois blogs que surgiram recentemente! Um já tem 1 mês e trata de assuntos relacionados com o Sporting, e alguns dos fundadores são boas pessoas de Tondela de Ciências da Educação, sportinguistas claro o endereço é http://ouveanossavoz.blogspot.com/.
O outro pelos vistos surgiu hoje. O fundador é uma pessoa do Seixo de Mira, Fernando Santos e pelos vistos vai-se tratar no blog de todos os assuntos relacionados com desporto. Aqui fica um excerto do primeiro post: Benvindos ao blog que não pretendo que seja só meu, mas sim de todos aqueles que adoram o futebol na sua verdadeira essência...É um blog que tem como pano de fundo o FUTEBOL, claro está!!! Não podia ser de outra maneira já que é um tema que me diz muito...De recordar que este blog sem a vossa participação, não terá o mesmo sabor, nem cumprirá o objectivo pelo qual decidi criá-lo...Este blog será constituído por temas de futebol (da actualidade principalmente), mas poderá ser também de tempos passados e até de se poderá falar de outras modalidades...o tempo o dirá!!!

Felicidades aos dois blogs e que tenham muitos posts de qualidade.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Cidadania e Política- O voto: um dever ou um direito?

Estas são algumas das razões que considero fundamentais para a prevalência continuada de uma abstenção tão grande em Portugal nos últimos anos.
-A iliteracia política.
-Calendarização das eleições em datas pouco convenientes e desajustadas.
-Sobranceria dos políticos para com os eleitores.
-Deficiente capacidade de clareza no discurso político.
-A inflexibilidade de só se votar na área de residência.
-A diminuição do factor novidade e do entusiasmo em relação a 1975 (ano das primeiras eleições em Portugal).
-Sentimento de descrença, desconfiança e descontentamento em relação ao sistema político.
Este vídeo acaba por explicar através da voz de Medina Carreira, a razão do descontentamento e do desencanto que as pessoas sentem em relação à política.
Henrique Medina Carreira, 77 anos, é licenciado em ciências pedagógicas, é advogado, é bacharel em engenharia Mecânica, ainda passou por económicas. No plano político, exerceu o cargo de Subsecretário de Estado do Orçamento, durante o VI Governo Provisório (1975-1976), o qual deixou de exercer para assumir, logo de seguida, as funções de Ministro das Finanças do I Governo Constitucional (1976-1978). Foi nessa condição que negociou com o FMI um empréstimo no valor de 750 milhões de dólares. Em 1978 abandona o PS, por divergências quanto à política económica adoptada pelo partido no poder. Em 2006 apoiou publicamente a candidatura de Aníbal Cavaco Silva à Presidência da República. (cont)

Cidadania e Política- O voto: um dever ou um direito?





-Segundo o site http://www.eleicoes.mj.pt/ a abstenção nestas eleições europeias em Portugal foi de 63.1%. Há 5 anos tinha sido de 61.2%.
- No dia 7 de Junho, de 9 659 882 eleitores, votaram apenas 3 560 410.
-A abstenção nos 27 países da Europa foi de 57%.
-Nas eleições Presidenciais de 2006 a abstenção foi de 37.4%.
-Em 2005 nas Legislativas, 34.9% dos eleitores não votaram. O PS teve 45.05% dos votos mas se compararmos com o número total de eleitores, apenas 27,2% dos eleitores escolheram o Governo de José Sócrates. Apenas 2 573 406 pessoas votaram no Sócrates. É esta a maioria absoluta deles. Apenas 1/4 dos portugueses decidiram a nossa vida. É esta a democracia fantástica em que vivemos?
-No Referendo de 2007, mais de metade dos eleitores não votaram, 56.4%.
-Em 1976, com apenas 1 milhão de abstencionistas (16%!), Mário Soares foi eleito Primeiro Ministro.
- Na eleição de Jacques Chirac em França em 2002 a abstenção foi de 28.4% a pior de sempre.
-Na eleição de Obama nos EUA, a abstenção foi de 37%, a menor abstenção de sempre desde 1960.
-A seguir ao 25 de Abril, 91% de eleitores portuguesesvotaram para eleger a Assembleia constituinte que tinha como função elaborar uma nova Constituição!
De acordo com Freire e Magalhães (2002) a abstenção real dos portugueses era, nos anos 70, idêntica à das democracias com voto obrigatório.
Nos anos 90 a abstenção portuguesa é já superior à média da dos países europeus sem voto obrigatório, sendo, no entanto, inferior à registada num conjunto de países inseridos neste grupo como a Alemanha, a Holanda, a Finlândia, a Irlanda, a França e o Reino Unido.
Consideram estes autores, no entanto, que há motivos para preocupação pois Portugal apresenta, em conjunto com a Alemanha, a maior taxa de crescimento da abstenção eleitoral.

Cidadania e Política- O voto: um dever ou um direito?




O presidente do PS/Açores, Carlos César, considerou "estúpido" o que se passou com o índice de abstenção nas eleições europeias de Junho de 2009. "É estúpido deixar que os outros decidam sobre todas as questões que nos dizem respeito".
Vamos então enquadrar o tema conseguindo ter uma visão holística sobre o assunto.
-Segundo Freire, existem pessoas que compreendem o conceito de cidadania como o cumprimento dos seus deveres (obrigações legais e regras de comportamento social), mas há quem defenda que a cidadania abarca a reflexão crítica, a reivindicação dos direitos delegados pela democracia.
-Um bom exercício de cidadania exige como qualidade inerente, uma boa assertividade.
-Conclui-se então que a cidadania contempla direitos e deveres.
-A cidadania é um conceito multidimensional.
-A dimensão política da cidadania está relacionada com os direitos políticos, ou seja com a capacidade que o sujeito tem de poder intervir nos destinos do seu país participando de modo directo ou indirecto (escolher a formação do seu governo ou concorrer a cargos de administração pública).
-Com a queda dos principais regimes totalitários e com a emergência das democracias modernas, os indivíduos têm o poder de escolherem através do sufrágio universal os seus representantes para tomarem decisões de Estado.

Ciências da Educação e o autismo




Quem estiver interessado em compreender melhor o que é o autismo dirija-se hoje ao TAGV para assistir ao trabalho de 3 estagiários em Ciências da Educação. O culminar de um ano de estágio em apenas meia hora de teatro. Apareçam!
Dia 16 de Junho’09 21h30
Texto, Encenação, Sonoplastia, Cenografia, Luminotecnia, Audiovisuais da responsabilidade de Marco Paulete & Pedro Correia (Ciências da Educação)
Orientação Pedagógica - Luis Jesus (Ciências da Educação)
Narração - Rafael Videira
Música - peixe: avião & Pedro Correia
Actores - Juan Palbo Romão, Noé Sousa, César Semedo

Uma peça de teatro num único acto, o culminar de 6 meses de trabalho desenvolvido através da união entre três estagiários de Ciências da Educação e 3 pessoas que sofrem de perturbações do espectro do autismo. Durante este espaço de tempo – fazendo uso da educação pela arte – foram desenvolvidas e trabalhadas formas de expressão e comunicação raramente acessíveis a este tipo de população, possibilitando o desenvolvimento de capacidades pessoais e sociais numa integração em pleno entre o indivíduo e o mundo que o rodeia. Porque o teatro também é uma forma de terapia e educação. Será que quando morrermos vamos parar a uma estação de comboios? Três pessoas esperam. Um lugar de vai e vem. Onde começa e acaba a linha? Não existem respostas, apenas perguntas. O que as une então?

Preçário: Preço único_ 3,00€
Duração 30 min.