sábado, 15 de maio de 2010

à, á, às, há, ás, as



Posso compreender que no nível básico de escolaridade não se consiga distinguir estas palavras. Já no nível secundário, acho aberrante não se saber que a palavra "á" não existe. O que já não compreendo são estudantes de nível superior, escreverem a palavra "á". É sinal de estupidez, de pouco polimento no trato da língua portuguesa. É laxismo, é o eduquês, é o produto de todo um sistema de ensino que claramente falhou nos últimos 36 anos. Admite-se que no Estado Novo, poucos eram os que tinham acesso a ofertas educativas, mas os que tinham, saíam extremamente preparados. Escola inclusiva? Democrática? Para todos?
Definitivamente, sim!!!! Mas com qualidade, rigor e disciplina. Nivelada por cima.
Basta dum sistema educativo que produz uma cambada de analfabetos. Para bem de Portugal.

É desprestigiante um cartaz destes, à porta da Queima das Fitas de Coimbra.

2 comentários:

Anónimo disse...

1º A propósito deste assunto, a transcrição fonética do som “a” aberto exige, de facto, conhecimentos gramaticais e de funcionamento da língua que, pelo menos, todo o estudante do secundário devia ter adquirido.
Á e ás só se escreve nas formas das 2ª e 3ª pessoas dos tempos verbais chamados futuro do presente e do futuro do passado - este mais conhecido, entre nós, por condicional – da conjugação pronominal. Por exemplo, em bom português, na forma mesoclítica, não se dirá “calarei-me, calarás-te”, calará-se”, mas sim: “calar-me-ei, calar-te-ás, calar-se-á”.
2º Mas um erro ainda mais frequente e grave é a má utilização sintáctica do verbo HAVER quando é sinónimo de EXISTIR ou indica um tempo decorrido, o que, por vezes, já tem acontecido neste espaço.
Neste caso e com estes sentidos, o verbo torna-se impessoal, devendo utilizar-se só a 3ª pessoa do singular.
Assim, não se deve, por exemplo, dizer:
“Haviam muitas pessoas que iam ao cinema” ou
“Houveram muitas pessoas que foram ao cinema”.
O correcto é a 3ª pessoa do singular, embora o sujeito tenha a forma plural, devendo, pois dizer-se ou escrever-se assim:
“Havia muitas pessoas que iam ao cinema” ou
“Houve muitas pessoas que foram ao teatro.
Conclusão: Não saber isto, nos tempos da outra senhora, dava direito a umas reguadas ou a raposinha. Hoje, até a muitos políticos e a gente muito importante se ouve dizê-lo, nas suas conversas ou discursos, ou até na Rádio ou TV.
P.S: E no título da mensagem original faltam ainda as formas hás e a interjeição Ah!

seixomirense disse...

Obrigado pelo seu contributo, é sempre uma honra receber alguém que de forma construtiva nos possa elucidar sobre aquilo que desconhecemos.

Disse que a palavra "á" não existe pois não considero que ela estando dentro da alçada do hífen "-", seja uma palavra com vida própria.
Mais uma razão para nunca ninguém escrever "á", pois basta pensar que não existe. Ao contrário da palavra "ás" que existe como carta do baralho.

Sobre "haviam" e "houveram" é bem possível que este blog já tenha deixado sair esse lapso, que é muito mais compreensível.

Mas há por aí outros erros que não se admitem no nível secundário. Eu vejo-os todos os dias.

Não coloquei Hás e Ah porque isso então é inadmissível de confundir com as outras palavras.

Muito obrigado.