sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Sexo e amor em Portugal


Como dizia um amigo meu, "o amor é um sentimento de cobiça, entra pelos olhos e...". O amor em Portugal anda pelas ruas da amargura. Há casais que começam a namorar logo aos 18 anos e separam-se aos 26, há uniões de jovens que acabam em tragédia (um mata o outro e depois suicida-se), há traições de parte a parte (sempre houve), há mulheres cada vez mais independentes que se mantêm até aos 40 anos solteiras, autónomas, instruídas, experienciando novas situações sempre sem assumir vínculos fortes com alguém, os divórcios têm aumentado, mas os deputados entretêm-se em discernir sobre leis de casamento de homossexuais, em vez de promover políticas de apoio à natalidade. Os jovens casam mais tarde, saem da CP mais tarde (CP, casa dos pais, esta instituição está a acabar a passos largos), têm filhos mais tarde. A tendência será assistir à adolescência dos nossos filhos quando tivermos uns desajustados 60 anos. A falta de emprego, dinheiro e apoio aos jovens são razões para ter filhos tarde. Mas não explica tudo, estamos cada vez mais egoístas, preferimos ter um cão de manutenção caríssima, preferimos ir para a discoteca e ir para os copos, preferimos, trocar de carro, ir de férias, comprar tecnologias frívolas (portatéis, ecrãs, telemóveis, hipods,etc), do que assumirmos compromissos de amar um filho e passar alguns sacrifícios em prol de alguém que só colocará entraves a um futuro divórcio. Não é fácil amar num país em que ela dá aulas em Bragança, e ele foi estudar para os Açores. Em que ela foi estagiar para o Porto e ele é enfermeiro em Faro. Em que ela é de Mértola desempregada e ele anda à procura de habitação em Braga para trabalhar. Em que ela tem que agarrar uma oportunidade no estrangeiro mas ele só pode ficar a trabalhar na Madeira. A idéia é: ou o amor é puro, casto, forte (hoje em dia não é fácil) e supera estas adversidades, ou arranja-se casório com alguém da sua própria localidade, aldeia, cidade, (o que baixa as opções do livre arbítrio do cupido), ou arranjam os dois emprego na mesma autarquia (está na moda), ou escolhe-se a opção mais leviana: tornar-se num ser pinante errante, em que o que interessa é arranjar alguém para dormir acompanhado em determinada noite (não pode ser em todas porque as pessoas precisam do seu espaço). E aí há de tudo, desde quem peça para gemer, quem nem sequer telefone no dia seguinte, quem veja corpos de estátua grega em "bidons", quem tem queda para "camafeus", ou queda para psicóticos/as, quem tem que aturar depressões dos outros, quem arranje quem lhe pague tudo, e há quem arranje também mulheres boinitas dia sim dia não e quem se feche no seu mundo e não pesque nada, quem vai à discoteca e consiga arranjar alguém para carregar no carro, quem fume a sua droguita e se contente de dar uma escapadela de vez em quando, e há quem tenha "a que já lá está" (é uma personagem que em qualquer circunstância e a qualquer hora como é carente, está sempre disponível) mas não se esqueçam, sempre em copo de plástico, as doenças "andem aí". Não está fácil manter relações saudáveis. Isto não anda bem tal como diz Henrique Medina Carreira http://www.youtube.com/watch?v=3qR3yaKhHDE&feature=related.

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