quarta-feira, 20 de junho de 2012

Incursões pelo Tribunal de Mira e pelo centro da vila:

a) Gosto das luzes apagadas nos corredores, transmite a ideia de poupança, mas faz lembrar o quarto do sociopata que só abre a janela de noite e tem bolor nos casacos atrás da porta.

b) Não sei quantos juízes tem, mas há pelo menos uma, sorridente, na casa dos 40 e bem gira.

c) A casa de banho tem uma coisa curiosa, faz distinção entre vários estados de avaria. Numa das portas está escrito: "avariada completamente". Se estivesse escrito só "avariada" ainda dava para fazer uma mijinha. Assim, nem nº 2 nem nº1. Só dá para...
Já o urinol na porta ao lado, em metal, está tão baixo que se tivesse mesmo vontade de o utilizar, estava a ver que teria que esboçar uma posição porno para não salpicar o chão e parede.

d) É de país atrasado as pessoas numa sala de audiência não se apresentarem. Uma pessoa não sabe para quem é que está a falar, se é para uma procuradora, se é para um juiz, se é para a senhora que deixa os panfletos na sala de espera e foi chamada para ali para fazer uma perninha. É claro que um gajo podia perguntar com delicadeza quem são as pessoas na sala, mas como Marinho Pinto diz, a juíza levaria a mal pq pensa que está noutro patamar da natureza humana.

e) Porquê é que o rei que concedeu o foral a Mira não tem direito ao menos a um busto em zinco? É fundir umas telhas duma marquise qualquer. Já ao gajo que lhe deram de mão beijada as terras de Mira, de Buarcos e não só, tem direito a uma estátua, tipo "menistro"! Escolhas...

f) O Busto ainda não apareceu e ninguém vai falar com o Bruno Aleixo.

g) Nunca entrei na câmara, mas agora já sei onde é que as idosas treinam para passarem horas à janela, com a boca aberta a ver a banda a passar.

h) A praça é calma e agradável, 24 horas depois do jogo de Portugal, ainda há um idoso que diz que se Portugal ganhar à Holanda, passa de certeza. Os gajos que estão sentados no banco de jardim não o desmentem. Ou seja, para quê tanto programa desportivo na tv? A malta fica a saber o mesmo...

i) Vá lá, o pelourinho tem uma placa a explicar que a inauguração da sua RECONSTRUÇÃO ou RESTAURAÇÃO foi feita nos anos 90.

j) Não, não acho estranho receber uma carta para comparecer no Tribunal e depois à hora marcada a oficial de justiça fazer a chamada e não me nomear. Até me pareceu normalíssimo. Aquilo bem vasculhado, dá para chamar mais tarde. A pessoa espera.

k) Ufa, ainda dá para estacionar à frente dos "Predios Amarelos" sem pagar parquímetro.

l) Um tribunal não deveria ser algo minúsculo numa pequena vila, onde "olhe traga-me o café rápido, que tenho de ir ali ao lado testemunhar", onde um gajo passa cá fora e vê o que se passa na sala de audiências pela janela, onde existe uma inscrição em azulejo, pedindo a um santo qualquer, protecção para aquela casa. Um tribunal deveria ser algo mais urbano, mais pomposo, mais formal. Imagino o regabofe que deve ter sido a cena do homicídio da Videira ali.
A sala de audiências é acolhedora e claro, até uma criança de 5 anos percebe que é de atrasado mental fazer obras para abrir um tribunal para fechá-lo uma década depois sem razões válidas.

m) Numa pequena passeata pela vila à hora da bica, nota-se que a vida é bela... para todos os que gravitam à volta da manjedoura autárquica. Compreende-se bem pq se quer ganhar eleições. É que perdendo, segue-se um vazio de actividade.

n) O museu vai mexendo...

o) Um tapetezito ali onde "as camionetas da carreira" ficam, não era mau.

p) Pq não se poderia ter chamado Estádio das Pedregueiras? Já que não se acha que é ridículo chamar-se estádio, ao menos ficavam as Pedregueiras.

r) Um processo por dia, é capaz de ser um bocado parado. Mais parado ainda do que o senhor que ia limpar o jardim. Mas por 485 euros não se pode pedir que se voe.

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