segunda-feira, 9 de março de 2009

A selva urbana, teorias explicativas da bio-diversidade




Tenho uma teoria para a bio-diversidade (não tem a ver com Darwin) que explica a existência de fauna heterogénica, de concentrações de categorias de pessoas que proliferam nas cidades (Lisboa e Porto principalmente) e que não se encontram com tanta frequência nas aldeias. Nas cidades é muito comum encontrar desempregados, homossexuais (gays, se já tiverem o 12º ano), divorciados, mães solteiras, casais que vivem juntos mas não casados, mulheres que tiveram mais do que 1 relação amorosa falhada, ex-presidiários, pessoas com piercings, penteados estranhos, góticos, punks, fumadores de haxixe, pessoal que dá na coca, adultos que frequentam universidades, adultos que frequentam o ensino nocturno, pessoas que vivem sozinhas, pessoas desadaptadas e estranhas, empreendedoras mas incompreendidas, pessoas que não vão regularmente à missa, sujeitos que vivem do rendimento de inserção social. E atenção que não estou de forma alguma a julgá-las ou a conotá-las com sentidos ou valores depreciativos. Estou apenas fazer uma constatação. Mas então porque é que existem mais percentagem de pessoas desta natureza nas cidades do que na aldeia?


Porque na aldeia pessoas com estas características são colocadas de parte, marginalizadas, mal-olhadas, excluídas socialmente por um tipo de pessoas que ainda vivem um espírito feudal da idade média, de pouca tolerância, da inquisição, de caça às bruxas, de pouca abertura a padrões que divergem do considerado tradicional. Muitas vezes são pessoas ficam pela aldeia em busca do compadrio e do empregozito da cunha, ou então têm espírito pouco aventureiro. Então as colocadas de parte recorrem ao êxodo rural. É por isso que numa aldeia perguntam para quê é que uma família quis adoptar uma criança e na cidade perguntam porque ainda não tinham pensado mais cedo em tornar o mundo melhor? É por isso que na aldeia perguntam para que é que uma adulto está a estudar à noite e na cidade perguntam porque é que não tinha agarrado a oportunidade mais cedo. É por isso que na minha terra perguntam se ainda estou a estudar e se vou casar e aqui em Coimbra perguntam (como quem quer descobrir a poção mágica) como consigo fazer as mesmas cadeiras que os outros e ainda trabalhar 5,6,7,8 ou às vezes 9 horas por dia (obviamente nubca digo como). Como se consegue intervir nas aulas e ao mesmo tempo aturar alguns atrasados mentais já de madrugada. Eu topo os aventureiros e pouco acomodados ao longe: quando sei que não são de Coimbra e reparo que ficam muitos fim de semanas seguidos sem ir à aldeia. É assim que se explica que sempre que vou ver o Benfica a Lisboa e vou à casa de banho do Colombo há sempre um gajo a espreitar o meu urinol para ter uma noção do tamanho das coisas, porque esse tipo de pessoas abundam em Lisboa. Mas atenção não estou a dizer que as aldeias são más, até têm uma qualidade de vida superior e assim como há a esperteza saloia, também existe a esperteza urbana que por vezes é mais parola. Não se esqueçam que os lisboetas que se referem aos outros como provincianos são aqueles cujos antepassados ou eles próprios foram para as cidades e eram enganadinhos e gozados pelos que já lá viviam. Mas dá gosto entrar em qualquer sítio numa cidade e não ter já um pré-rótulo, não sendo vítima de preconceitos ou de estereótipos patéticos.

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