«O Centro Educativo dos Olivais, em Coimbra, achou, porque trabalha com miúdos difíceis, em "reinserção social", que os piercings não deviam ser autorizados aos alunos. Certo? Errado? Podemos passar horas a discutir a eficiência da medida mas temos de admitir que, sendo o piercing um sinal, pode ser considerado negativo. É legítimo pôr-se como hipótese que o seu uso transmite uma identificação que os educadores daquele centro querem afastar dos seus alunos. Em tempos da semiótica rainha, em tempos em que as marcas e a imagem são tudo, é prudente dar-se atenção aos sinais. O Centro Educativo dos Olivais deu atenção àquele, o piercing, proibindo-o. Errado? Certo? Por enquanto, regulamento e para ser aplicado. E só devendo ser modificado em função do entendimento do que é melhor para os alunos. Sublinhem essa palavra, alunos, a razão de ser daquele centro. Mas intrometeu-se nesta história um professor que tem três piercings e foi proibido de os usar na escola. Sei que é de Educação Física e que, indo por aí, eu explicaria mais facilmente a minha tese de que ele não pode usar os piercings por ser perigoso no ginásio. Mas tenho um argumento melhor e definitivo para que um professor com piercings não possa ser professor num Centro Educativo onde o regulamento proíbe os piercings aos miúdos em reinserção social. O argumento é: porque sim. »
Por Ferreira Fernandes, no DN.
2 comentários:
Tens que actualizar a foto da fonte da barroca
Parece que lês os meus pensamentos. Fica desde já a ressalva de que só li este comentário já depois de eu ter colocado o post da fonte. A foto é de Domingo, mas só hoje foi possível a sua colocação.
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