quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Opinião de um mirense no Jornal As Beiras sobre o possível encerramento do tribunal de Mira.


«Governo agride poder local.

Nos últimos dias tenho reflectido sobre a estratégia do Governo PSD/CDS, (esperando estar errado) chego à conclusão que pretende criar um sentimento de falta de esperança na população portuguesa. Como alguém diz “um povo sem esperança é um povo morto” e dessa forma não opinará, nem questionará sobre as asneiras que têm estado a ser cometidas em diversas áreas.
Foi afirmado por Paula Teixeira da Cruz, em discurso de abertura do ano Judicial: “…o novo mapa judiciário não é nenhuma agressão contra o poder local…nem uma imposição da Troika”.
Então o que será?
Talvez um “fait divers”…cria-se uma proposta inaceitável, que fere profundamente as populações! Não poderá ser considerada uma das maiores “agressões” ao poder local?
Pretende por termo a 47 tribunais de Iª instância, isto é, cerca de 120 concelhos serão afectados. Tenho plena convicção de que para além dos impactos sociais negativos, este é um documento, mal estruturado, sem coerência e com elementos contraditórios. Não passa de um conjunto de páginas elaboradas à distância, por quem não conhece a realidade dos concelhos portugueses e que utiliza números de processos e quilómetros para tomar decisões.
Dando como exemplo o tribunal de Mira, o número de processos daquele tribunal é bastante superior ao mínimo exigido por este modelo. A poupança económica não deverá ser considerada, pois o gasto do Ministério da Justiça com o espaço físico desta Comarca é praticamente nulo. Relativamente à produtividade e celeridade da aplicação da justiça não obterá ganhos. Desta forma, não se compreendem os critérios usados para o seu encerramento… não será caso único, o que faz com que diversos dirigentes ligados aos partidos de governo demonstrem o seu desagrado…
A Justiça, a Saúde e a Educação são os pilares da democracia numa sociedade civilizada. Nunca deverão ser encaradas como dispensáveis, nem como um mau investimento para o país, não devem ser avaliadas por estatísticas e as suas reformas deverão ser sempre bem pensadas e planificadas, só depois aplicadas.
Vivemos um período de austeridade que parece justificar tudo, mas não tem de ser assim…»
No Jornal As Beiras de Hoje.

Analise-se esta frase:
"A Justiça, a Saúde e a Educação são os pilares da democracia numa sociedade civilizada. Nunca deverão ser encaradas como dispensáveis, nem como um mau investimento para o país, não devem ser avaliadas por estatísticas e as suas reformas deverão ser sempre bem pensadas e planificadas, só depois aplicadas."

Aquilo nas Jotas formatam mesmo as pessoas. É aquele discurso sem substância, conteúdo palpável...
Ainda dizem que o Bernardino Soares do PCP foi criado num frasco de formol, num laboratório russo.
Vamos lá corrigir: Saúde e Educação são pilares numa sociedade civilizada.
Já justiça... (Acho que ele não sabe que isso envolve combate à corrupção, ao compadrio, ao tráfico de influências, ao emprego naquele sítio por ser filho de não sei quem ou ter o cartão rosa ou laranja, menos nepostismo, mais igualdade de oportunidades, menos parasitas nas câmaras, limpar Governos Civis) é própria de um país democrático.
Mas não estamos na Suécia como é bom de ver!


Fica a questão, se o governo fosse do PS, este texto seria assim escrito?

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