A Voz de Mira

Um leitor alertou para a situação da Casa Florestal que fica perto da Pescanova (e não só). Surge o jogo do empurra: a autarquia afirma que não é dona da casa, mas sim a Autoridade Florestal Nacional. Convenhamos, não é um assunto "que nos ponha comida na mesa". Não é isso que vai criar emprego, que vai permitir uma maior coesão social no concelho de Mira. Mas não é um grande cartão de visita ter a casa como está. Essa e as outras.

A JS de Mira congratula-se pela demolição da casa que estava em cima das dunas na Praia de Mira. Uma casa que que deve ter dado tanto jeito a muitos para se fumarem lá uns charritos. Não acabei de dizer que este tipo de questões não põe comida na mesa das pessoas? Ah, está bem, a JS é um movimento "que defende uma sociedade livre de injustiças, desigualdades e de pobreza, que saiba respeitar e ser tolerante com as diferenças. Lutam por uma sociedade onde o desenvolvimento é sustentável, e que portanto, respeita e protege o ambiente."
Traduzindo: a JS é a equipa de juniores do PS, que ainda não está preparada para jogar a tempo inteiro com os grandes. Mas já pode fazer uma perninha de vez em quando. A JS, tal como qualquer outra Jota à excepção da Jota Comunista, é uma associação de miúdos (podem ultrapassar os 30 anos), que se preparam afincadamente para assaltar o poder por tudo quanto é meio à excepção da via académica, da meritocracia ou do trabalho. O compadrio e a familiaridade são vias mais seguras. A JS é o garante duma carreira rápida, simples e eficiente.

Na Voz de Mira de meio de Março temos que foram empossados os novos membros da ACRSM.
Faça-se apenas a reflexão das pessoas que não fazem parte da lista. Uma reflexão à luz da inclusão e igualdade social e tendo a equidade de oportunidades como pano de fundo. Conclua-se quanto à transversalidade social e a abrangência de toda a comunidade.

Um camarada tirou a licenciatura e publicitaram-na. O único lado positivo disso é que é dinheiro a entrar na redacção do jornal. De resto, é parolice.

Um novo restaurante abriu no centro de Mira. Tenho que ir ver isso do bacalhau recheado de presunto.

Um senhor do Seixo tem um site onde mostra a sua arte. Ainda não visitei mas cá fica a página: http://jean-pierre.cruz.neuf.fr//carapito/index.html. Isto sim, é notícia.

Notícia dum doutoramento duma senhora mirense no Reino Unido. Isto já é algo de enaltecer (não é o facto de ser no Reino Unido, é o facto de ser um DOUTORAMENTO). Assim, sim.

Há 20 anos houve uma mudança no comando dos Bombeiros Voluntários de Mira (um professor de Educação Física). Isso do comando dos BVM é uma questão que nunca foi muito transparente. Quem toma posse, quem salta fora, quem lhe sucede. As trocas com a protecção civil. Cheira a compadrio e tráfico de influências. Também nunca percebi as remunerações de VOLUNTÁRIOS.

Lá anda o professor Miranda nas suas diligências em busca de capelas antigas do concelho de Mira. Louvo o trabalho dele, dúvido é do impacto que possa ter nos leitores. Mas isto também não é para ser cultura de massas.

O mesmo senhor de há um mês atrás continua a sua cruzada em divulgar a história do concelho de Mira: o Regente então, o Infante D.Pedro criou o concelho de Mira. A seguir, D.Manuel (aquele rei que colheu todos os louros dos descobrimentos), mais de 60 anos depois emitiu o foral a formalizar, a reconhecer e a reforçar o facto de Mira ser concelho. A malta não dá isso no ensino básico em história? Pronto, está bem, Mira deu uma lição a todo o país e a Coimbra ao louvar o Infante D. Pedro com uma estátua no centro da vila em 1996.