Um olhar indiscreto...
ainda muito agasalhado,
pois o "tempo" anda descontrolado
e eu não quero apanhar um "resfriado".
Entrei muito discretamente
para não dar nas vistas evidentemente,
e sentando-me naquela mesa da frente,
fingi que estava ausente.
Passei a revista à clientela
e sem eu "dar por ela"
sentou-se à minha frente um "tagarela"
que eu igorei e não dei "trela".
Ao balcão encontrava-se o patrão
que com muita atenção,
ouvia os lamentos de um "ermitão"
que com uma voz de arrastão,
contava o passado e a sua desilusão...
No meio do café,
com muita convicção
encontrava-se um quarentão
que com uma mini na mão
explicava aos mais novos,
como é que se chega aquela idade,
e ainda solteirão...
Mas uma mesa
me chamou atenção,
pois os seus ocupantes
estavam numa grande diversão...
Lá estavam eles, os "três mosqueteiros"
a ouvir um contador de histórias profissional,
que lembrava as suas memórias
e os deixava encantados "por sinal",
pois libertavam gargalhadas aleatórias
a escutar o ancião, a contar as suas vitórias...
E assim se passa o tempo,
num espaço sem exigências
e com um atendimento efíciente,
onde se trocam experiências,
com verdade ou com exagero
o que interessa é brilhar,
ser ouvido e a mente libertar... »
1 de Abril de 2010
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