Cada vez mais pobres, mas contentes

Tenho andado a reparar que os camones, a estrangeirada e os espanhóis quando vêm a Portugal passar férias e visitam a cidade de Coimbra (nunca por mais de 1 dia) têm deixado cada vez menos gorjetas. Acaba por ser normal, a crise é mundial, toda a gente tem apertado o cinto, mas parece que nós portugueses somos mesmo os ostracizados. No outro dia, 4 miúdas espanholas pagaram 5.60 € por 1 ceveja sem álcool, 1 Beirão e duas coca-colas de lata. Acharam super barato! Ainda fiz a conta mais uma vez, às tantas podia ter-me enganado mas não. Um beirão são 2€, duas coca-colas são 2.40€ e uma cerveja sem álcool é 1.20€. A conta estava bem feita. E lá foram elas contentes por gastar pouco e iam dizer aos amigos da terra delas que Portugal é barato. E eu digo, 1.20€ por 1 cerveja é barato? Mais que 0.90€ é um roubo. A Sagres e a Super Bock, a Central de Cervejas e a Unicer estão-se a armar em parvas e estão a levar os preços para valores incompatíveis com Portugal. Pode ser que a hotelaria comece a olhar também para a Tagus, Cintra, Imperial, etc. O problema é que se um café põe uma marca mais barata, os clientes começam: "Olha aquele gajo, quer ganhar o dinheiro todo duma vez, nem Sagres e Super Bock, só tem cerveja rasca". Mas com o barril dessas marcas a atingir os 85€ não há outra hipótese se não ter a cerveja à venda, cara. Os portugueses às vezes são parolos. Não comecem a olhar para as outras marcas não, a escalada de preços das duas marcas mais famosas não parará. Mas em conclusão, está uma crise grande na Espanha e no resto da Europa, tiveram que baixar o nível de vida, mas quem é calcadinho, pisadinho, ostracizado, é aqui o povinho Português. Beber Beirão, eu? Não, obrigado, é caro. Bebo nos casamentos, à moi!