O estado da nação

Quem ouviu o discurso de 11 páginas do Sócrates fica com a idéia de que alguém está a viver noutro país. Ou é o Sócrates e o seu executivo ou são os 2 milhões de portugueses pobres? Que raio, tudo bem que o homem apresentou uns numerositos positivos, 16 mil jovens em estágios profissionais (ajudados pelo estado) mas ele não vê que é tudo insuficiente? Não vê que o país está mal, mesmo mal?
Há dois dias vi algo que não esperava ver no século XXI em Coimbra num país desenvolvido. Às 3 da manhã, estava eu a levar o vidro ao vidrão. Dois camaradas (tipo Russo e Reco da sic radical), tipo mendigos, talvez toxicodendentes, tipo sem abrigos, estavam no caixote do lixo, a remexer um saco preto oriundo duma marisquira da Praça da República. O saco tinha cascas de camarão, de ameijôas, de santolas, de sapateiras, e estavam a lamber, a chupar, a lambuzarem-se como se de um manjar se tratasse. Repugnante. Ao nível duma América Latina ou Somália. Ah, são drogados podem dizer. Sabem lá a vida deles? Os pais no desemprego, poucas ajudas do Estado, baixo apoio para aceder à escolaridade? Até já podem ter tido um emprego digno? Com este país de merda, sabe-se lá se não caíram no desemprego.

Não sei em quem votar, ainda não houve um partido que diagnosticasse o principal problema do país: A ECONOMIA. Não é o desemprego, os baixos salários. É a economia! Sem ela não há país social, não há políticas sociais. É preciso exportar mais do que importar, tão simples como isso.

Aquela do gesto do Manuel Pinho, aludir a cornos, em pleno parlamento, dirigido a Bernardino Soares, é de bradar aos céus. Poupem a malta.
Parece que finalmente o Dias Loureiro é arguido. Idóneos, de confiança e imaculados somos todos. Depois de haver um Dias Loureiro, nem admito que me atinjam com nada.
Ah, Ana Drago continua gira, e disse uma percentagem de crianças que têm acesso ao ensino pré-primário que se for verdade, é de fugir.