Ao Jornal das Beiras de 10 de Abril de 2010:
"Note que o nosso destino estava traçado, íamos ser oficiais milicianos do exército em guerra".
Coitadinho, para quem já era aluno de Direito da Universidade de Coimbra em 1969, vindo de Guimarães, ser oficial do exército iria ser tão duro! Bem, pior, seriam os SOLDADOS RASOS que iam lutar mesmo, mas na guerra a sério, não é no gabinete.
Sobre a reacção dos pais, quando chegaram a Coimbra, depois de saberem que o filho tinha sido preso pela PIDE (uma noite):
"Foram falar com o Prof. Teixeira Ribeiro, havia um amigo deles que se dava bem com ele."
Já na altura tinha conhecimentos. Fino. Fidalgo
Hermano Saraiva deu uma entrevista em que diz que o 17 de Abril não passou de uma lenda.
Alberto Martins responde: "É normal que diga isso. É um homem com grande ignorância sobre a história, apesar de se dizer historiador. Ele não é um investigador de reputação sólida."
Isto é conversa entre o roto e o esfarrapado, um acha que não existiu ditadura nem guerra colonial, o outro pensa que o país até 1974 vivia na obscuridade, e agora vive num mar de rosas. O que é que mudaste para melhor no país, Alberto?
"Antes do 25 de Abril não havia telemóvel, mas falava com reservas ao telefone. Hoje falo com reservas ao telemóvel."
Então Alberto, afinal o que é que mudou nos últimos 35 anos? Uma frase dessas para um Ministro da Justiça é uma coisa esperta.
Nota: Hermano Saraiva era o ministro da educação no dia 17 de Abril de 1969, altura em que na inauguração do departamento de Matemática de Coimbra, o presidente da associação de estudantes, Alberto Martins, quis tomar da palavra perante Américo Tomás (presidente da república), quando não estava previsto que os estudantes o fizessem.
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