sexta-feira, 15 de maio de 2009

As TEC


Isto é conversa fiada, é como quem toca violino, como não tenho tido tempo para lançar posts, tenho que lançar qualquer coisa, mas não é para ler.

As tecnologias educacionais e da comunicação (TEC) são um fenómeno incontornável no presente e para o futuro no âmbito da educação formal e informal das pessoas. Ou seja já não é impossível ignorar esta poderosíssima vertente educacional que traz mais valia ao sistema de ensino. Já não se consegue imaginar as práticas de formação sem as TEC! Segundo Cabero (1996, 2000) as principais características das novas tecnologias são a imaterialidade, a interconexão, interactividade, instantaneidade, qualidade técnica, inovação, a criação de novos códigos de linguagem, automatização e a sua capacidade de armazenamento.
Como todas as coisas, as TEC acarretam vantagens e desvantagens, sendo que, quase sem sombra de dúvidas, as vantagens em muito maior número e importância que os aspectos negativos. As vantagens prendem-se com uma maior divulgação dos meios educativos, a partilha de conteúdos e intercâmbio de experiências. A possibilidade do ensino à distância e uma maior auto-formação baseada no controlo dos educandos. O derrube da barreira que é o espaço físico também é um dos aspectos positivos favorecendo assim, aqueles que não têm possibilidades de comparecer presencialmente. A troca mais eficiente e mais rápida da informação, a independência do espaço e do tempo, a expectativa de todos poderem ter a possibilidade de aceder à educação e a capacidade de armazenamento de informação são outras vertentes de qualidade. Segundo Jose Antonio Ortega Carrillo e Antonio Chacon Medina, o maior potencial das novas tecnologias da informação e comunicação deriva das capacidades de manipulação, armazenamento, e distribuição da informação uma maneira fácil,rápida e acessível para todas as pessoas. Algumas das desvantagens mais sugeridas são o facto de haver por vezes uma fragmentação da informação e esta poder não estar sintonizada com o saber e cultura dos indivíduos que frequentam uma dada formação. Se o processo de formação se cingir só às TEC e não houver uma formação de fundo envolvendo relações interpessoais do “cara a cara” corre-se o risco de se criar disfuncionalidades e dificuldades nos indivíduos no relacionamento social com o mundo exterior e com os outros. Como o formador ou o educador não está presente fisicamente a fazer o acompanhamento, o educando pode assimilar a informação de uma forma muito pessoal, desfocada e desfazada com a informação originalmente transmitida.
A presença de grande qualidade de suporte tecnológico na área em que se desenrola o processo educativo, por si só, é garantia de uma rentabilização das potencialidades das TEC? Não, se os professores não tiverem uma correcta formação em que possam dominar o uso das TEC e em que percebam as suas qualidades, se os alunos não forem devidamente motivados e se não houver garantias de que todos possam utilizar os meios e suportes tecnológicos disponíveis nunca poderá haver uma perfeita rentabilização e optimização das potencialidades e recursos que as TEC têm para oferecer com o intuito de melhorar a qualidade do processo de aprendizagem. Ou seja, muitas vezes, escolas e outros locais onde a educação é um objectivo, mesmo possuidoras de bons suportes e infra-estruturas tecnológicas não conseguem extrair e rentabilizar o que de bom as TEC podem dar, mas isso é problema que tem solução e que se está a utilizar, passando por exemplo por uma boa formação tecnológica dos professores.
Sem dúvida que as TEC têm um papel cada vez mais importante no ensino formal e nos conteúdos curriculares, e as crianças devem ser familiarizadas com esses fenómenos educativos indispensáveis hoje em dia ao pleno desenvolvimento do indivíduo. Mas discordo que as crianças tenham que ser expostas precocemente às TEC nos primeiros anos de escolaridade sem estarem bem preparadas noutras áreas. Ou seja, até ao 3º ano de escolaridade é mais importante e fulcral que a criança domine bem outras áreas como saber contar, saber escrever, saber ler, saber compreender e saber pensar e estar socialmente com os outros! Só depois destas etapas, aí sim deve ser introduzida a utilização de forma correcta e monitorizada das TEC. Se se colocar crianças precocemente a utilizar as TEC sem dominar aquelas áreas correctamente, corre-se o risco de se formar ignorantes informáticos, “experts” nas novas tecnologias mas ignorando por exemplo a utilização correcta da língua materna.

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