quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A Educação




A educação é um dos sectores mais importantes num país. Um povo ignorante e pouco instruído é um povo mais fácil de enganar, de manietar, de oprimir (já os políticos do Estado Novo pensavam assim). É por isso que me perguntam : "Oh Jhonny mas o que é ganhas com isto? Que ganhas em mexer nestes assuntos melindrosos? O que é que isto tem de interessante? Porque é que não comes e calas? Deixa de pensar nestas coisas!" E a razão de me confrontarem assim é porque em vez de se ensinar cidadania, de se transmitir bons valores, de se formar pessoas esclarecidas, de se aguçar o espírito crítico nas escolas, dão-se Magalhães para cultivar a ignorância e embebedar o Povo. Assim não notamos que estamos a ser enganados, é o cada vez menos pão e mais circo. No Estado Novo, Salazar fez muitas coisas boas, mas acerca da guerra de Ultramar e da Educação cometeu erros que custaram muito caro ao povo português. Durante o Estado Novo imaginem, reduziu-se o ensino obrigatório da 4ª classe para a 3ª classe, nenhum país europeu reduziu a escolaridade mínima obrigatória. Por exemplo José Hermano Saraiva foi ministro da Educação entre 68 e 70 mas foi fraquinho, saiu na sequência da Crise Académica de 69. Sucedeu-lhe Veiga Simão (já sem Salazar mas com Marcelo Caetano) que tinha uma grande reforma da Educação para implementar, uma reforma de qualidade mas depois veio o 25 de Abril e ele saiu. Veiga Simão criou a Universidade de Aveiro em 73 e defendia a democratização do ensino. E foi a partir daqui que surgiu a bandalheira. Acabaram com as escolas técnicas e profissionalizantes, canalizou-se todo o ensino para a doutorice. Criou-se a idéia idiota de que em Portugal todos haviam de ser doutores. Neste momento temos escolas onde não se aprende. As crianças entram e saem quase na mesma. Fala-se em escola Inclusiva, mas este conceito apenas se traduz em colocar lá o pessoal e fechar o portão e chega-se às 5 da tarde e mete-se tudo na rua. Para este Governo, o importante é a canalhada lá estar. Os alunos não têm que fazer exames, logo não têm que estudar. Como não têm que estudar para quê exigir professores de grande qualidade? Se os professores de Portugal fossem todos catedráticos ensinavam rigorosamente o mesmo, ou até menos porque não tinham paciência para aturar aquela tropa. O 12º ano não serve para coisa nenhuma, não arranja automóveis, não conserta televisões, não ensina carpintaria, quem o tem é portador de um diplomazito de um semi-analfabeto. Há dias soube-se que um atleta olímpico meteu-se nas Novas Oportunidades e agora entrou em medicina. Não sabemos se cá estaremos quando ele conseguir acabar o curso, para podermos ser consultado por ele, mas só me vem à cabeça que isto é tudo uma trafulhice de A a Z. As notas dos exames tiveram porogressos brutais dum ano para o outro. As propinas na universidade eram quase à borla, agora são a 200 contos por ano. Mas os governos anteriores eram atrasados mentais ou quê? Então não era melhor nos anos 80 e 90 pagarem por exemplo 50 contos por ano para o sistema não dar o estoiro no fim dos anos 90, início de 2000? Assim o sistema estoirou e tiveram que pôr as propinas a 200 contos e não chega para o papel higiénico das Universidades. Será que os Ministérios do Trabalho e da Educação anteriores não sabiam que tinham que reduzir as vagas nas faculdades de letras para evitar que se formassem professores desempregados? E as universidades privadas? Dá para acreditar na maioria delas? Só em Portugal é que se vê tanto ensino privado! A educação não pode ser um negócio Onde está a meritocracia? Nas privadas tira o curso não quem merece, quem estuda, mas quem paga! É o elitismo parolo.

2 comentários:

Anónimo disse...

é por este motivo e por muitos outros paralelos a este que acho que nunca devia ter havido o 25 de abril! Haviam d ter esperado por outro dia...se tivessem feito o 8 de janeiro as coisas agora nao estavam assim e hoje nao tinha ido trabalhar e com um pouco d sorte amanha fazia ponte!!

RJ disse...

O maior cancro deste país é essa "bandalheira". As privadas podem existir, mas muito curso que apresentam devia ter um bocadinho mais de fiscalização.

Mesmo no portal do ministério devia haver um barómetro dos cursos onde é arriscado entrar devido ao desemprego elevado e falta de creditação nas ordens ou associações profissionais. Apesar de tudo, grande parte desses cursos começam a esvaziar nos últimos anos. As pessoas começam a pensar. Pena o mesmo não se passar para os cursos científico-profissionais. Ficamos com o nosso país de "poetas".

Os quadros médios e técnicos especializados vão fazer muita falta nos próximos anos. Teremos muito mestre no desemprego e imigrante a preencher as vagas dos trabalhos que, apesar de exigirem alguma destreza e até arte, não são escolhidos.

Teremos sim, muito medíocre licenciado...