terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O que é que trata em Portugal


Vamos lá fazer o ponto da situação do país, vendo tudo aquilo com que não confrontaram o Sócrates na entrevista da SIC de 5 de Janeiro de 09.

O governo não tem hoje instrumentos para comandar a conjuntura. Tínhamos moeda, câmbios, juros, alfândega, orçamento (dentro da Europa apenas podemos acompanhar a evolução da Europa mas sempre por baixo). Mas se não dá para mudar a conjuntura, dava para mudar a estrutura a médio prazo que é o que não se tem feito. Arranjar um Ensino, Justiça, acabar com a corrupção. O Estado devia pagar a tempo o que deve às empresas. O sistema democrático em que nos encontramos não serve para mudar o país (olhem pra o sistema presidencialista americano de 5 anos). Conhecem alguém que vá para um partido que não seja para tratar da sua vida? Os deputados não são eleitos, são nomeados pelo chefe do partido. Têm que render vassalagem ao chefe se não, não entram na lista no ano seguinte. Está pior que no tempo do Salazar, ele também mandava uns sujeitos para lá para a Assembleia. A independência do país está em causa? Não, isto não é propriamente invejável. Os governos são a 15 meses, os primeiros 6 meses são para perceber os dossiers, depois 15 de trabalho, o resto é campanha. O Correia de Campos (ex-ministro da Saúde) quis fechar centros sem abrir primeiro noutros lados (falta de €). Tiveram que o correr, quando ele saiu, isto parou! Entrou-se em campanha. Educação, quiseram pôr em ordem os professores mantendo os alunos na indisciplina! Nem um catedrático consegue ensinar alunos indisciplinados. Se os pais soubessem que os alunos vão ficar uns ignorantes e os alunos soubessem o que lhes estão a fazer, eram estes que vinham para a rua lutar. Ensino inclusivo? Ninguém anda a aprender nada, metem-nos na escola às 8 da manhã, fecham os portões e às 18h vão buscá-los! O que interessa é estarem lá! Quem não quer estudar está no seu direito, agora ficar a prejudicar os outros é que não. Não se tem puxado nas escolas pelas classes mais baixas. As pessoas não sabem falar, há ministros que não sabem falar, o vocabulário é escasso, os exames são de escolha múltipla, os erros não contam para a correcção das respostas. Os exames não são elaborados por pessoas ligadas às ciências e à cultura, por pessoas sérias.
(cont)

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