sábado, 25 de setembro de 2010

Seixices

Analisando comentários de visitantes deste blog, fico algo admirado com o facto de alguém considerar que o "Boletim do Seixo" é uma espécie de boletim gabarolas da Junta. Não vejo qual é o espanto, se é a própria junta que o define como "instrumento de informação da acção da Junta". Portanto, não seria de esperar muito menos do que uma espécie de Jornal da Madeira. Mas isso preocupa-me pouco. O que acontece é para se divulgar, tal como o que não acontece. O que me preocupa, é que se mostre o boletim a gente de fora. E porque?
Bem, suscitou-me interesse o facto de um comentador ter referido que no boletim estava lá escrito: "Deve ter-se em atenção que todos os frascos e resíduos de embalagens não devem conter tampas ou rolhas, nem encontrar-se deteriorados e deverão ser escorridos e ESPALMADOS antes de serem depositados no ecoponto…" O erro percebe-se quando verificamos que este excerto está na secção das embalagens de vidro. Mas também não me preocupa. A ideia entende-se na mesma, mas ainda assim é revelada alguma falta de atenção.
O que me causa estranheza, é que ao ler na diagonal o boletim, vislumbro pelo menos 11 incorrecções da língua portuguesa num tão curto documento.
Atenção, para fazer bem a uma terra, para arregaçar as mangas, para ser altruísta, para pôr mãos à obra, não é necessário ser um catedrático da língua portuguesa, nem é isso que se pretende para o elenco dos prestadores de serviço que estão à frente duma Junta. O que se quer é gente de fibra, de convicções, de apego à terra, de trabalho.
Mas numa terra que se tem em conta como muito instruída, em que a nata fala para o povo em cima duma cadeira de tanta vaidade acumulada, de tanta basófia, não se percebe que um documento oficial apresente tristemente tantos erros. Se neste blog (que é particular) me crucificam quando aparece um erro ortográfico, não posso deixar passar em claro quando esses erros acontecem em documentos públicos. Fica a questão: estarão os melhores à frente dos nosso destinos? Ou estarão alguns do melhores (sim, claramente) e os amigos dos amigos? Menos peneiras então, se faz favor, que afinal erramos todos e somos todos iguais.

Boa assembleia magna a todos. É com pena minha e de outro seixence com quem estive ontem e também estará a trabalhar em Coimbra, que não poderemos cumprir o nosso dever cívico.

1 comentário:

a Portuguesa disse...

"Atenção, para fazer bem a uma terra, para arregaçar as mangas, para ser altruísta, para pôr mãos à obra, não é necessário ser um catedrático da língua portuguesa, nem é isso que se pretende para o elenco dos prestadores de serviço que estão à frente duma Junta. O que se quer é gente de fibra, de convicções, de apego à terra, de trabalho." e sobretudo que não haja distinção entre High Society e low society, facto que cada vez mais se nota pelas nossas terras!