sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um olhar sobre Portugal


"Caro Dr.Medina Carreira.

Isto não será já o fim?

Estou profundamente de acordo com a grande objectividade com que analisa a situação e os políticos do nosso país. Há muito que desejava escrever-lhe e dar-lhe a conhecer a minha sincera opinião sobre o infeliz drama do nosso Portugal. Na verdade, começo a ter nojo de toda esta corja de malandros que se apoderou do poder e que conduz o país e os portugueses para um abismo de proporções incalculáveis.
Estamos de facto a ser governados por biltres e incompetentes e de dia para dia nos vamos afundando cada vez mais. Isto tudo perante a indiferença quase generalizada de um povo que já não consegue avaliar os defeitos e a incapacidade de quem o governa. Para a grande maioria dos portugueses inconscientes, iletrados e incultos, o que realmente importa não é o estado do país, a situação económica das classes média e média alta, mas o estado do futebol nacional e a posição que os seus clubes e a Selecção Nacional ocupam no ranking desportivo actual! Se os seus clubes e a Selecção estiverem bem, todo o resto é nada. Problemas graves como o desemprego nacional e o índice de pobreza per capita, são assuntos de somenos importância. E, enquanto não faltar a paparoca à mesa e conquanto que os seus adorados craques tenham a possibilidade de poder marcar uns golaços e restarem uns trocados nos bolsos para beber umas imperiais, a vida será sempre uma perfeita beleza. Pergunto: Para onde irá um país com esta gente doida?
Ninguém parece preocupar-se com o facto da Justiça se encontrar à beira do descrédito total, amordaçada e manietada e que muitos magistrados pareçam corrompidos e politizados. Ninguém já liga importância nenhuma ao facto de um processo judicial poder levar uma década para ser julgado e que os condenados sejam depois promovidos a figuras de relevo social e que adquiram até o legítimo direito de julgar a justiça. Ninguém parece estar muito preocupado que o país esteja a ser devastado e consumido pelo fogo e que uma imigração descontrolada possa vir a descaracterizar-nos como povo. Ninguém, ou muito pouca gente se preocupa com a existência de um Parlamento constituído por um grande bando de gansos patolas que já nem guano de qualidade produzem. Ninguém se importa muito que as forças da ordem estejam cada vez mais desautorizadas e que se possam tornar ineficazes. Para culminar como uma cereja no topo de um bolo, quem é que hoje se escandaliza que em nome da lei, se legalizem os actos mais imorais e mais condenáveis, que uma simples lei moral elementar condena abertamente; o aborto livre e o casamento homossexual? Nada disso parece constituir qualquer preocupação. Agora temos, dois submarinos modernos e eficazes com que nos poderemos defender de tudo. Isso basta!
Houve tempos em que Portugal era a pátria dos portugueses, mas as coisas mudaram completamente. Hoje, Portugal é apenas a pátria de uma limitada seita de usurpadores. Que bom seria podermos novamente contar com escritores honestos e desassombrados como Eça de Queiroz, Ramalho Ortigão, Antero de Quental, Almeida Garret e Alexandre Herculano. Eles não deixariam de nos ajudar a identificar e acusar os maus portugueses que estão a desgraçar este país e a condenar o seu futuro.
Afonso Soares Lopes"

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