sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Os Boys do Guterres


O PROCESSO chamado ‘Face Oculta’ tem as suas raízes longínquas num fenómeno que podemos designar por ‘deslumbramento’. Muitos dos envolvidos no caso, a começar por Armando Vara, são pessoas nascidas na Província que vieram para Lisboa, ascenderam a cargos políticos de relevo e se deslumbraram. Deslumbraram-se, para começar, com o poder em si próprio. Com o facto de mandarem, com os cargos que podiam distribuir pelos amigos, com a subserviência de muitos subordinados, com as mordomias, com os carros pretos de luxo, com os chauffeurs, com os salões, com os novos conhecimentos. Deslumbraram-se, depois, com a cidade.Com a dimensão da cidade, com o luxo da cidade, com as luzes da cidade, com os divertimentos da cidade, com as mulheres da cidade.

ORA, para homens que até aí tinham vivido sempre na Província, que até aí tinham uma existência obscura, limitada, ligados às estruturas partidárias locais, este salto simultâneo para o poder político e para a cidade representou um cocktail explosivo. As suas vidas mudaram por completo. Para eles, tudo era novo – tudo era deslumbrante. Era verdadeiramente um conto de fadas – só que aqui o príncipe encantado não era um jovem vestido de cetim mas o poder e aquilo que ele proporcionava. Não é difícil perceber que quem viveu esse sonho se tenha deixado perturbar.

CURIOSAMENTE, várias pessoas ligadas a este processo ‘Face Oculta’ (e também ao ‘caso Freeport’) entraram na política pela mão de António Guterres, integrando os seus Governos. Armando Vara começou por ser secretário de Estado da Administração Interna, José Sócrates foi secretário de Estado do Ambiente, José Penedos foi secretário de Estado da Defesa e da Energia, Rui Gonçalves foi secretário de Estado do Ambiente.T odos eles tiveram um percurso idêntico. E alguns, como Vara e Sócrates, pareciam irmãos siameses. Naturais de Trás-os-Montes, vieram para o poder em Lisboa, inscreveram-se na universidade, licenciaram-se, frequentaram mestrados. Sentindo-se talvez estranhos na capital, procuraram o reconhecimento da instituição universitária como uma forma de afirmação pessoal e de legitimação do estatuto.

(cont)

in Sol, o jornal.

5 comentários:

Anónimo disse...

ja variavas os assuntos. tas sempre a escrever as mesmas coisas pa! so te falta o aspirador para seres um "ghostbuster"

Anónimo disse...

"Haja alegria!
Repiquem os sinos!
Chegou a salvação!!!"
Nada disso! Não estou a utilizar este espaço para catequisar ninguém! Antes quero usá-lo para gritar bem alto: AO QUE ISTO CHEGOU!
Já não há moirão que aguente firme tal embarcação! Como tal, ..."reuniu pela primeira vez o Conselho do Seixo... órgão criado na ùltima Assembleiua de Freguesia do Seixo"!
Ainda nada fizeram e já o "mister Roca" teve que agarrar o leme!
Aonde vais parar, meu rico Seixo?

seixomirense disse...

???? Oh primeiro anónimo, diz isso ao José António Saraiva do Jornal Sol. A mim não, tem paciência!!!!!!

seixomirense disse...

Já reuniram? Divulgaram isso a alguém? Tudo pela calada. Já vos digo qualquer coisa.

Anónimo disse...

A prova de que compensa ser boy de alguém! Para chegar longe, rápido!