quinta-feira, 17 de março de 2011

A opinião de um anónimo

«Caro amigo seixomirense,
Em tempo de crise muitas são as pessoas que recorrem ao auxílio das instituições de caridade. A Cáritas é uma dessas instituições, que foi escorraçada da antiga escola primária pelos elementos da junta de freguesia.
Esta instituição, sem receitas correntes e nem despesas com pessoal, através do voluntariado consegue dinamizar acções com objectivo de ajudar os mais necessitados. Em contrapartida outros, com receitas correntes de 41000€ e despesas com pessoal de 15850€ (dados referidos no orçamento 2011), conseguem dinamizar acções para ajudar os amigos mais próximos, mas com algumas contrapartidas.
Gostava de saber a tua opinião.»

Caro anónimo, conheço minimamente a Cáritas (a sua sede de Coimbra), até porque já contribuí para o aumento das qualificações de alguns dos seus trabalhadores (através da educação e formação de adultos). No entanto, realmente não conheço todo o trabalho desenvolvido por esta instituição (para além do apoio a idosos), para mais quando se trata das actividades que desenvolvem nos meios rurais fora de Coimbra. Além do mais parte-se do principio de que não há dificuldades financeiras no seio das famílias do Seixo, tendo em conta a massiva votação em Cavaco Silva, o preço abusivo dos preços do teatro, os constantes peditórios para tudo e para nada, os automóveis que circulam, as taxas em todas as actividades em que se deseja participar em quase todas as actividades no Verão na altura da festa do Seixo (um dia mostro o que se gasta só para se estar socialmente integrado), a ostentação de riqueza, a falta de indignação para com as possíveis dificuldade do dia a dia, a farta gastronomia, o lançameto de livros de duvidoso interesse, nas reformas chorudas, nos empregos a compadrio, etc. O Seixo parece um oásis no meio de um deserto cheio de privações que é o país. Até porque as pessoas têm vergonha em assumir que os 500, 600 ou 700 euros de ordenado não permitem fazer isto ou aquilo e não permite colocar poupanças no banco. Quando não há que ter vergonha nenhuma. Uma pessoa que ganha 700 euros não é classe média (a nível finaceiro). Não há que ter vergonha de trabalhar e o salário não chegar para tudo. Não é sinónimo de ser um gastador.
Porque no Seixo há parolice de se achar que quem ganha bem está no topo a nível social, quando socialmente pode ser um atrasado mental.
Tenho/tinha conhecimento de que tinham (a Cáritas) como base de apoio logístico, a escola primária do Seixo. Não sabia que já não ususfruiam dessas instalações.
O termo "escorraçada" é muito duro e contudente e pressupõe que quem tinha poder, para além de não gostar da sua presença, forçou nitidamente a sua saída.
À partida não parece ser muito positivo não dar guarida a uma instituição (que com todos os seus possíveis defeitos) se pauta pelo objectivo de desenvolver a sociedade e o país.
Como não estou a par da situação não posso dizer muito mais, pois ao contrário de outros, do que não sei evito falar, o que não quer dizer que não o possa fazer.


Quanto aos dados do orçamento de 2011, brevemente apresentarei análise ao documento "Opções do Plano e Orçamento 2011" bem como às actas da assembleia de 19 de Junho de 2010 e 25 de Setembro do mesmo ano.
Se quiser acrescentar alguma informação, disponha sempre, cordialmente.

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