Na talvez maior loja chinesa em Coimbra, ali perto, não me estava a apetecer procurar muito pelo meio da loja. Apanhei um chinês que estava a ver os stocks.
-Onde posso procurar carregadores?
Nem olhou para mim:
-Caixa.
-Pergunto a alguém na caixa?
-Sim!
E aí vi que os chineses são frios. Na caixa:
-Tem carregador para este telemóvel?
-Agarrou, apontou para o orifício onde engata o carregador e pergunta?
-Aqui?
-Sim, entra aí!
O homem deu-me uma resposta lacónica e desconcertante. Senti-me a receber a notícia má do médico na sala de espera do hospital:
-Não temos.
Fiquei sem saber se não tinham de momento, ou se não existem para o meu telemóvel. Saí dali com uma depressão!
Se naquela loja enorme não tinha, nas outras iriam ter?
Lá fui para a Fernão Magalhães, e num instante, comprei um carregador noutra loja, 4.50€. Impecável. Merda, os 50 cêntimos foram para um arrumador de carros do Pingo Doce! O chinês foi eficiente, e é mesmo verdade, os gajos são pacientes, porque ele ficou na caixa a jogar paciência no computador!
Jogar paciência??!! Mais vale um tiro na cabeça!
No Pingo Doce deixei 40 cêntimos a uma sociedade que treina cães para cegos, em Mangualde. A minha escuta activa é muito fraca, o homem abordou-me, não percebi nada de para quê era o peditório. Olhei para a banca improvisada e li:
- É para treinar cães para cegos, né? Tome lá.
Chiça, se não o gajo não se calava. E nem percebi se era cego!
Batatas para cozer, portuguesas, 1.99€. Batatas para assar, França, 87 cêntimos.
Ora portanto, estas são para cozer, para fazer bolos de bacalhau.
Que é que escolho?
Francesas, tal e qual! O que é nacional é bom, mas a vida "costa", Costa!
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