terça-feira, 27 de julho de 2010

Festas de São Tomé


Antigos - Gosto das festas de São Tomé, são uma ocasião para encontrar pessoas que não vejo há muito. No dia do feriado da vila encontrei um ex-colega do Secundário. Por acaso até já trabalhei para o pai dele. Licenciou-se em Geologia, mas não é doutor. Pelo menos a Voz de Mira não eleva a sua condição de geólogo a doutor. E licenciado dos bons, daqueles pré-Bolonha. Ainda não trabalha exactamente no ramo, mas trabalha. Não lhe perguntei mas depreendo que não tenha o cartão com a cor certa. Receio mesmo que não tenha cartão. Continua igual, sorridente, humilde e inteligente. E vai casar. Felicidades. A vida não é só mamar.

Cheiro – De vez em quando sopra uma aragem a modos que esquisita. Daquelas que trazem mau cheiro. Já o ano passado me pareceu que era assim. Não duvido que venha daquelas grelhas que se encontram no chão do local da festa.

Gente – Muita gente apesar da concorrência da Expofacic em Cantanhede. A demonstrar que Mira vale por si. Ainda assim dá que pensar: o que faz na vida tanta gente da população activa às 3h da manhã? Será que está tudo de férias? Trabalham todos por turno? Estão todos de baixa? Estão todos de folga? Serão todos estudantes? Está bem, pode ser a combinação de todas essas condições.

Gente 2 – Mira tem crescido. Já não conheço toda a gente de vista. E até é bom sinal. Não fosse o facto de ver tantos e tantos com ar de mitra, de rufia. Ou será que eu já não me lembrava que sempre foi assim? Agora até pareço um chauvinista sectarista. Na realidade não sou, quero evitar julgar pelo aspecto... Mas estamos em Mira.

Empresa 365 de segurança – E vim encontrar esta empresa em Mira. Tenho de acreditar que de entre 100 funcionários, apenas uma dezena sejam maçãs podres.

Fogo de artifício – É dinheiro deitado ao ar, mas que posso dizer? É uma questão cultural. Em todo país é assim. E faz andar para a frente o sector da pirotecnia. É disto que o meu povo gosta. E de preferência bem debaixo do acontecimento, para levar com os resquícios de pólvora na cabeça.

JS – Acho que não me fiz entender. Eu respeito-os, obviamente. A minha melhor amiga, é da minha idade e foi ao congresso dos JOTA S em Lisboa. Ela que até já foi do PSD. Mas ela já trabalhou onde trabalho, sempre trabalhou na vinicultura, sempre lutou enquanto se licenciou em História de Arte em Coimbra. Se ela for política (quando for grande), não será uma politiqueira artificial. Ela sabe o que é a vida. Tomara a muitos jotinhas serem assim.
Não precisam de andar de trombas, o prestígio que lhes nego é-lhes assegurado pela clientela partidária.

Também há qualidade –Mas também há os que não a tem. E conheço-os da escola e não só. Muitos pavoneiam-se atrás dos balcões da festa. São a antítese da meritocracia.

Cerveja – Foi pena não ser da marca que eu gosto. Para o fim já se bebia quente. A 1 euro. Mas é por uma boa causa, afinal é a festa de São Tomé. Ainda assim, ao outro dia dá que pensar, fino Super Bock a 1 euro e quente, no século 21? Uma regressão. Paguei todos os que bebi.
Receio que não seja algo muito comum em Portugal, nem naquele balcão.

Trânsito – Nunca ninguém se queixou de encerrarem a avenida principal de Mira por uns dias? O que nos vale é a nova 109 (aguenta Estradas de Portugal) e a variante. E Já agora, o Troço da Couve.

GNR – Em Mira ainda os há barrigudos. Estou em crer que estão em vias de extinção.

TV5 – Já não via um baile há muitos e não desgostei do espectáculo dos TV5. Com pelo menos dois elementos de Mira, deram show até às 4 horas da manhã. Pode-se dizer que abrilhantaram a festa.

Tasquinhas – Só fui um dia à festa e acabei por não jantar lá. Tinha bacalhau em casa, do bom e em família e com certeza que não iria ter a mesma receptividade na barraca do Seixo do que a receptividade que tive há um mês em qualquer uma das barracas das freguesias do concelho da Figueira da Foz numa festa que lá houve. É uma questão cultural e de segregação. De desigualdade de tratamento. Já assisti a isso e ainda por cima não têm as amêijoas de Vila Verde, nem a orelha de porco ensalsada de Buarcos. E a bons preços. A solidariedade não é tudo na qualidade dum povo.

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