Carta ao editor do Jornal Universitário A Cabra

Senhor director do Jornal A Cabra:

Eu sei que este jornal não é o provedor dos estudantes mas não posso deixar de expressar a minha indignação quanto ao novo Bar do Jardim da Associação.
Não é pelo facto de ter sido inaugurado com fogo de artifício, o que é algo de mau gosto (parolo), mas gostos não se discutem, além de que o dinheiro desperdiçado para pirotecnia não era dos estudantes mas do inTocha. Sobre este bar tenho umas coisas a dizer. Primeiro, na noite da inauguração, até à meia-noite só entrava quem tivesse convite, a partir daí sim, podiam entrar com apresentação de cartão de estudante. Pena estar eu estar a trabalhar a essa hora, gostava de ver se não me deixavam entrar num espaço reservado a estudantes, eu que ainda por cima tenho as propinas pagas. Entradas só para alguns até à meia-noite? Para isso já basta o NB. Era o que faltava. Um estudante com apresentação do devido cartão tem direito a entrar em todo lado pertencente à universidade e academia. Segundo, a sala de estudo dos estudantes já era. A sala encontra-se ao lado do bar e com o barulho vai ser impossível alguém conseguir estudar, assim como utilizar as salas das secções para ensaiar e realizar actividades. E os estudantes, passivos, deixaram que acabassem com a sala de estudo. Já não bastava todos os anos a comissão da queima das fitas se apoderar dela durante uma semana para venderem aí os bilhetes gerais? Terceiro, como é possível a concessão deste bar ser também para o grupo intocha? Não há mais empresas no mundo que queiram explorar o jardim? Quarto, o fino a 1€ a partir da meia-noite não é um preço estudantil, tenham paciência! Há estabelecimentos que pagam impostos que vendem mais barato. Quinto, a relva do jardim, com tantos selvagens por cima dela e com a urina está condenada à morte. Tanto trabalho a preservá-la para nada! Sexto, dois urinóis para os homens é mesmo muito pouco (aquilo parece uma mini-queima, tal a quantidade de pessoas que lá está ao mesmo tempo), é vê-los a urinar em cada canto jardim, uma podridão. Sétimo, o intocha não declara o que factura por noite? Não regista o que vende? É ver os empregados a meter o dinheiro para o saco (parece uma comissão de festas da aldeia). Nos outros sítios vejo os outros a declarar os lucros. Oitavo, aquilo não tem horário? No outro dia estava a funcionar para além das 5 da manhã, não percebo essas licenças. Nono, o som necessita de estar tão alto, ou pensam que por estar num sítio privado o som não prejudica as outras pessoas que querem descansar nas habitações à volta? Esta associação apesar das suas manifestações em prol dos estudantes que enfrentam dificuldades económicas vendeu-se ao grupo inTocha, com contrapartidas que não estão claramente explicadas.

Jhonny Ribeiro, estudante nº 20052077