segunda-feira, 7 de setembro de 2009

As Jotas






Serão as jotas uma praga de mediocridade e incompetência que torna ainda mais sombrio o já de si pouco animador futuro da política portuguesa? Talvez não tanto, mas não duvido que deveria haver uma mudança. É preciso renovar.

Renovar é trazer para a política pessoas com vida e profissão, que tenham conhecido dificuldades, desilusões, derrotas, perdas, que sejam mais de carne do que de plástico. Há cada vez menos gente assim na política, à medida que nos partidos as jotas funcionam como incubadoras de carreiras semiprofissionais e profissionais de política (como é que a filha de Almeida Santos foi trabalhar para o palácio de Belém há uns anos?). Elas implicam quase sempre baixa qualificação profissional, cursos de segunda, pouca experiência profissional e vidas que rapidamente acedem a regalias e empregos rendosos de pouco trabalho que separam os que as recebem do comum dos cidadãos e dos seus companheiros de geração. Quem entra para assessor numa autarquia, ou para deputado, sem ter tido profissão, tende a ficar preso pela sua falta de qualificações e saída profissional. Os aparelhos partidários estão cheios de gente assim, que se submetem a obediências e sindicatos de voto.

Tirando alguns jovens com qualidade e outros intuitos, as jotas são um bando de jovens a querer subir na carreira política, e que para isso, a começa cedo, o que é deprimente. Muitas vezes as jotas são óptimas rampas de lançamento para sonhos mais altos. Mais do que isso, e é irritante é o tipo de discurso das jotas. Assentes numa suposta jovialidade irreverente, a maior parte das vezes parecem boçais e ocos.

São como viveiros de peixes. Tipo o pregado da Pescanova. Entram miúdos e vão crescendo e engordando até chegarem ao poder. Tal como os partidos são bancos alimentares, algumas jotas são agências de emprego. Costumam ser a claque dos partidos. São aqueles que interrompem a Manuela quando ela está para falar em directo (para o telejornal) na rua, gritando PSD, PSD, como se de uma claque de futebol se tratasse. As jotas funcionam como as equipas de reservas dos clubes: já não têm idade para jogar nos juniores, mas também não têm bagagem para jogar na equipa principal, por isso vão rodando e ficando até à chegada quase dos 40 anos para que se arranje um lugar para eles. Vejam a idade dos líderes das jotas. Não há poucos trintões. Donde Veio o Pedro Passos Coelho?

O que se pode fazer? Tem que se requalificar os partidos, atrair gente capaz, porque poucos jovens com qualidade hoje, vão para um partido político (estou a falar mais a nível nacional), a maioria deles vão para tratar da vida!

3 comentários:

Anónimo disse...

Mais um grande post. Estou em crer que se fosses parente das pessoas certas eras levado em ombros pelo Seixo fora, mas preferem tralha.

Anónimo disse...

nem todas as juventudes partidarias sao assim.

Anónimo disse...

Claro que não, as do PCP e outros partidos mais humildes não são assim.