terça-feira, 10 de novembro de 2009

Pantominices


Empresas Públicas - As empresas públicas são organizações complexas. Foram concebidas para serem complicadas e sinuosas. Será que as suas tecnoestruturas se têm tornado imunes a qualquer conceito de racionalidade democrática? Tornaram-se cada vez menos fiscalizáveis. Nas zonas onde era possível algum controlo foram-se inventando compartimentos labirínticos para o neutralizar, com centros de custos onde se lançam verbas no pretexto teórico de elaborar contabilidades analíticas, mas cujo efeito prático é tornar impenetráveis os circuitos por onde se esvai o dinheiro público. Há sempre mais um campo a preencher em formulários reinventados constantemente onde as rubricas de gente que de facto é inimputável são necessárias para manter os monstros a funcionar. Sem controlo eficaz, nas empresas públicas será possível roubar tudo? Uma resma de papel A4, uma caneta BIC, um milhão de Euros, uma auto-estrada ou uma ponte? Se calhar por isso mais de metade do produto do trabalho dos portugueses está a fugir por esse mundo obscuro que muito poucos dominam.

Pão - No outro dia um sujeito comeu um pires de moelas (oriundas do Brasil, aqui já nada se produz), por 1,80 Euros e achou estranho (e reclamou) na conta também constar um pão por 30 cêntimos.
Das três, uma! Ou esse sujeito não vai ao supermercado fazer compras, ou tem vergonha de reclamar nas grandes superfícies, ou é alguém que vive atrelado à accção social do estado, vivendo num mundo onde as coisas são dadas e claro, como oferecidas, vêm livres de imposto. É que ainda há pouco tempo, num hipermercado, 4 pães custavam 70 cêntimos. É só fazer as contas de quanto custa cada um e de por quanto se devem vender num estabelecimento para acompanhar as moedas.

Produção - Aqui não se produz nada, e quem produz, quem trabalha, ainda acaba por ser marginalizado socialmente. Um engenheiro informático, trocou a vida dos teclados pela calma da pastorícia no Alentejo. Precisava de ir buscar um documento a uma repartição pública e lá foi ele com a roupa e as botas do trabalho, sujas, claro, falei em trabalho! Ao chegar lá a funcionária estava-se a recusar a atendê-lo, dizia ela que o sistema informático estava avariado. O especialista pediu-lhe para lhe virar o monitor ao que ela recusava. Nisto chega o chefe da secção. O informático lá disse para marcar a tecla f5 (talvez era essa, não sou especialista) e verificou que o sistema estava a funcionar. A senhora fidalga não lhe estava apetecer fazer muito e não foi à bola com o aspecto do engenheiro (que ela não sabia que o era). Teve que despachar o documento, pois então. Coitada, tinha o pavor e o complexo do trabalho. Deve ser qualquer coisa como ergofobia. Para quê criar ovelhas se os pobres da Austrália e da Nova Zelândia o fazem? O problema é saber qual dos três países é o menos desenvolido.

A lei é o que é - O órgão supremo da justiça portuguesa considerou inválidas as escutas ao primeiro-ministro (PM), pois, de acordo com o Código Penal publicado em 2007, o Supremo Tribunal de Justiça tem de "autorizar a intercepção, a gravação e a transcrição" de conversas envolvendo o PM. Segundo o despacho, o STJ considera que as escutas não têm relevância criminal. Como diz o outro, palavras para quê?

Cisternas - É possível que andem a vazar cisternas na lagoa dos palhais! Vamos lá ver, desconhecia a existência dessa lagoa. Não tenho vergonha de ser ignorante. O Seixo é grande (em área), e não sou nenhum Francisco Assis (líder da bancada parlamentar do PS) para ser presidente da câmara de Amarante aos 28 anos. Aos 28 anos?!! Mas isso é idade para se ter experiência para se conhecer a realidade duma região? Estes precoces só mesmo em Portugal. Adiante, quem está no poder é que tem obrigação de conhecer a fundo essas hidro-qualquer-coisa.

Obras - Já propuseram uma sondagem para averiguar que obras se devem fazer pelo executivo do Seixo nos próximos 4 anos! Não embarco na megalomania de fazer obras. Já dei a lista de acções possíveis de desenvolver, em posts anteriores, pequenos pormenores a melhorar. Vou colocar o quê na sondagem? Os programas eleitorais do PSD e PS para o Seixo já saíram da internet! Quem os gravou, pode recordá-los, quem não os gravou fica com a sua capacidade crítica enfraquecida. Pareciam setas a saltar da net, a seguir às eleições. Onde vou buscar as ideias e os exemplos de empreitadas a fazer? Assim o povo já não tem hipótese de fazer a comparação entre o que propuseram e o que fizeram, daqui a 4 anos. Fica o apelo, quem tiver o programa eleitoral da lista vencedora, que mo envie.

1 comentário:

Anónimo disse...

"Go ahead, make my day"
O canário.