domingo, 14 de junho de 2009

A festa do Seixo


Daqui a 2 meses será a festa do Seixo! Há uma comissão organizadora elaborada ou nomeada atempadamente como as outras terras normais? Não! Meia dúzia de jovens altruístas, cheios de boa vontade, dinâmicos, empreendedores, guardadores da tradição pegaram recentemente nessa tarefa hercúlea que irá ser organizar a festa do Seixo em cima do joelho mais uma vez. Desejo-lhes muita sorte e bom trabalho. Para alguns deles já não será novidade abdicarem durante horas e dias das suas vidas pessoais e laborais para poderem oferecer ao povo do Seixo uma festa em honra da Nossa Senhora do Carmo minimamente digna! Que seria da festa do Seixo se não fossem estes jovens voluntariosos? Certamente que se extinguiria pelo menos durante 1 ano. Toda a gente sabe que a festa é extremamente importante pela parte social pela sua dimensão comunitária: a festa exprime e alimenta os vínculos que unem as pessoas, congrega-as e fá-las sentirem-se integradas na mesma comunidade, partilhando valores e alegrias comuns. Nesse sentido, ela contribui para criar ou reforçar a identidade da aldeia.
A festa é importante pela sua dimensão religiosa pois é um momento privilegiado de reforçar a vivência cristã na comunidade, de honrar a padroeira da terra, de preparação espiritual para aprofundamento da fé de participar nas celebrações litúrgicas e na procissão. Também é importante pela sua parte profana em que se pode conviver (com entes queridos e amigos que não vemos há muito tempo) comendo e bebendo com alegria ouvindo alguma música pela noite dentro. Toda a gente sabe a importância que a festa tem também para os nossos emigrantes! É uma forma de continuarem a sentir-se identificados com o Seixo.

Vejámos algumas considerações do Bispo de Leiria-Fátima em 2001: "A constituição das comissões de festas segue variados modos. Há as que são formadas pelas pessoas da mesma idade; noutros casos, é por aldeias ou zonas da mesma paróquia, rotativamente; o Conselho Económico ou as Comissões das igrejas também organizam as festas em algumas comunidades; há ainda as Comissões constituídas por oferta dos próprios ou por proposta da comissão anterior; também há quem assuma uma tal tarefa por ter feito uma promessa. Nem sempre as pessoas apresentam as melhores condições para o desempenho da responsabilidade, especialmente no que diz respeito à postura, sensibilidade, formação cristã e conhecimento sobre as características das festas cristãs.
Na organização das festas, as Comissões responsáveis trabalham, por vezes durante todo o ano, para arranjar fundos económicos, fazer a programação, estabelecer contratos, ornamentar o arraial e garantir as condições adequadas para que se sintam bem quantos participam na festa.
Com alguma frequência, este tipo de preocupações faz deixar para segundo plano os objectivos religiosos e a preparação dos actos litúrgicos."

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