terça-feira, 23 de junho de 2009

Pescanova em Mira




Foi em Setembro de 2006 que no post do blog http://mirices.blogspot.com/2006/09/pescanova-vem-at-mira-300-postos-de.html se anunciou que o executivo camarário de Mira tinha aprovado no dia anteior, por unanimidade, a aceitação do projecto da multinacional espanhola Pescanova, que queria criar neste concelho uma unidade de aquicultura que poderia garantir 350 postos de trabalho. Quase 3 anos depois foi inaugurado o empreendimento, já a funcionar a 100 por cento. Para a cerimónia foram garantidas as presenças das mais altas individualidades quer de Portugal quer de Espanha e mesmo do Parlamento Europeu, como o Comissário Europeu das pescas, Joe Borg, que trará consigo uma comitiva ligada ao sector. Também o primeiro-ministro José Sócrates tem garantida a sua presença, como o director-geral do grupo espanhol, Manuel Fernandez Faro, e ainda o responsável máximo do grupo em Portugal, Carlos Henriques. Muito bem, foi em tempo record.

Os espanhóis quiseram, a Pescanova pensou (também entrou com dinheiro) e o Estado (o estado sou eu e tu, pá!) entrou com ele forte também, a câmara cedeu o terreno e a obra nasceu.

A Pescanova fez um de investimento de 140 milhões de euros que deverá criar 800 postos de trabalho, dos quais 200 são directo. Nunca explicam como serão os 600 indirectos mas supõe-se que serão os restaurantes para dar comer à malta, os sítios para dormir, e outras coisas, como engenheiros, biólogos, arquitectos, electricistas, mecânicos, guardas, vigilantes, administrativos, assistentes sociais, condutores e pessoal não qualificado porque como o dinheiro gera dinheiro, o emprego gera emprego.

Segundo Manuel Sousa-Faro, presidente do grupo Pescanova, é a "maior unidade de aquacultura de pregado do mundo", está dotado de um viveiro, uma fábrica de transformação e uma unidade de comercialização. Vai produzir cerca de 7.000 toneladas de pregado por ano, 99% destinadas ao mercado comunitário e à exportação para países terceiros.
A nova unidade da Acuinova, empresa do grupo Pescanova, foi reconhecida como de potencial interesse nacional (PIN) em 2005. A sua localização numa área da Rede Natura 2000, foi contestada pela Quercus, que não conseguiu impedir judicialmente o empreendimento. O ministro da Agricultura, Jaime Silva aludiu à polémica, afirmando que "por isso foram tomadas precauções". Vamos confiar nas precauções, digo eu!

Vamos lá ver mais ou menos o que é que o Estado dá:
"O Governo conseguiu ganhar a "corrida" a países como a Grécia e Marrocos e garantir um investimento de 200 milhões de euros. Em troca garantiu à Pescanova um pacote de apoios que ronda os 45 milhões de euros, 40 dos quais oriundos de subsídios directos dos ministérios da Economia e da Agricultura, e cinco milhões provenientes de créditos fiscais." in Jornal de Notícias.

Nada pouco, basicamente o Estado tem que baixar um bocadito as calças para eles montarem cá o "estaminé". Esperemos que não seja a próxima Qimonda! Esperemos que daqui a 15 anos (quando já não for lucrativo e o estado não consiga injectar mais e tenham uma proposta melhor na Nicarágua) não vão embora e deixem cá 1000 pessoas a receber subsídio de desemprego.

Com as nossas "piquenas" e médias empresas asfixiadas em carga fiscal, nada melhor que ajudar as empresas estrangeiras!

Viva a Qimonda de há uns meses quando o Sócrates foi lá dizer que aquilo era um exemplo (meses depois é o que se viu). Hip hip hurra!!!

4 comentários:

Anónimo disse...

PORRA!!! No verão, já não vou durmir descansado.

Anónimo disse...

És um bom bêbado!

Anónimo disse...

Queres é vinho!

Anónimo disse...

o que incomoda é que não só...